Bolsonaro afirma que vai manter acordo com Paraguai sobre Itaipu
Presidente comentou possibilidade de afastamento do presidente paraguaio Abdo Benítez: “Lá é muito rápido o impeachment”
atualizado
Compartilhar notícia
Em conversa com jornalistas logo depois do encontro que teve, nesta quarta-feira (31/07/2019), com Wilbur L. Ross Júnior, secretário de Comércio dos Estados Unidos, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi questionado sobre a possibilidade de impeachment do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez. “Lá você sabe como funciona, né? Lá é muito rápido o impeachment”, disse.
Benitez é alvo de questionamentos por suposto acordo secreto com o governo brasileiro sobre a administração da hidrelétrica de Itaipu. A suspeita no Paraguai é de que a medida prejudica o país.
Questionado se vai seguir fazendo um acordo com o país vizinho, Bolsonaro disse que sim”. “Não é questão de ceder. Qual é o acordo lá atrás? Não é meio a meio? A princípio é por aí, algumas pequenas derivações a gente acerta aí”, completou.
Sem efeito
No último domingo, o governo paraguaio decidiu “deixar sem efeito o acordo bilateral” com o Brasil de contratação de energia da represa de Itaipu, documento que estabelecia um cronograma de compra até 2022.
Embora a assinatura do acordo tenha acontecido em maio, os paraguaios só souberam de sua existência na semana passada. O presidente da estatal paraguaia Administração Nacional de Energia (Ande) Pedro Ferreira renunciou na semana passada após vazamento do conteúdo da ata que tinha solicitado em fevereiro a intervenção do ministério para solucionar uma crise de contratação entre a Ande e a brasileira Eletrobras.
O governo paraguaio também pedirá ao Brasil uma convocação das Altas Partes Contratantes para que o acordo volte a ser tratado na esfera técnica e não na diplomática, como ocorreu nesta ocasião por desavenças entre ambas as partes.
Chanceler renuncia
Na segunda-feira passada, o chanceler paraguaio Luis Alberto Castiglioni apresentou renúncia ao presidente Mario Abdo Benítez em meio à crise institucional ocasionada pela assinatura de um novo contrato com o Brasil sobre a compra de energia produzida na Hidrelétrica de Itaipu.