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Bolsonaro afirma que não vai interferir no mercado por preços de alimentos

Segundo IBGE, alimentos tiveram recorde de preços no campo; arroz e óleo de soja se destacaram. Presidente recebeu empresários nesta 4ª

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1 de 1 Foto de jair Bolsonaro, com imagens sobrepostas dele - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (9/9) que não vai interferir – “de jeito nenhum” – no mercado devido à alta no preço dos alimentos da cesta básica, como arroz e óleo de soja. Mas, em conversa com apoiadores ao chegar ao Palácio da Alavorada, ele disse que tinha uma “boa notícia”.

“A boa notícia hoje é que conversei com duas autoridades dos supermercados e na ponta da linha o preço chega pra eles…. e eles estão se empenhando pra reduzir o preço da cesta básica, que, dado o auxilio emergencial, houve um pequeno aumento do consumo”, ressaltou o presidente.

“Houve mais exportação por causa do dólar e sabemos disso aí. Os rizicultores, os plantadores de arroz, estavam com prejuízo há mais de dez anos, mas tá sendo normalizado isso aí. Não vamos interferir no mercado de jeito nenhum, não existe canetaço para resolver a questão da economia”, reiterou Bolsonaro aos apoiadores.

De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial do país em agosto teve uma alta de 0,24%, puxada pelo preço dos alimentos.

O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no período.

A maioria dos alimentos está com preços recordes no campo, mas o arroz e o óleo de soja ganharam destaque, uma vez que tiveram uma valorização de 19,2% ao ano e 18,6% ao ano, respectivamente.

Reunião com empresários do setor

Mais cedo, nesta quarta, Bolsonaro recebeu o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, para conversar sobre a alta da inflação.

Após a reunião, no Palácio do Planalto, Sanzovo Neto conversou com a imprensa e disse que o setor não será o “vilão” pela alta no preço de produtos como arroz e óleo de soja. Pontuou ainda que “o problema está na lavoura”.

“Nós não vamos ser vilões de uma coisa que nós não somos responsáveis. Muito pelo contrário. […] Essas situações, que têm sido muito raras, ocorrem porque o commoditie é sazonal. É agricultura: chove demais, faz sol demais. É assim que funciona. O problema está na lavoura, no custo da produção, da safra baixa. O problema está no câmbio dos produtos que estão sendo exportados”, frisou.

Desde a última semana, o presidente Jair Bolsonaro tem pedido publicamente para que os donos de supermercados tenham “patriotismo” e reduzam as margens de lucro dos produtos.

“Nós explicamos ao presidente que já estamos fazendo isso [cortando o lucro]. Nós sempre fizemos, na cesta básica, porque o setor é muito competitivo. A gente não repassa de vez nossos aumentos […] Não vamos ser vilões de uma coisa que não somos responsáveis”, afirmou Neto.

Redução de preços

Ainda durante a conversa com a imprensa, o presidente da Abras disse que não há prazo para que o preço do arroz seja reduzido para os consumidores.

“Eu não sei responder. Pode ser que seja mais rápido. Tem um lado psicológico que pode ser que afete aí, o fato de consumir mais macarrão [talvez] já faça uma regulagem do preço. O que precisa, sim, é entrar mais produto. Ter mais oferta do arroz no mercado para resolver esse problema”, ressaltou.

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