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Bolsonaro afirma que Lula indicará ministros “abortistas” para o STF

Segundo o presidente, estratégia do petista será aprovar o aborto no Supremo Tribunal Federal, e não pelo Congresso Nacional

atualizado

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Presidente Jair Bolsonaro durante anuncio da instalações de 12 mil novos pontos de Wi-Fi em escolas públicas pelo país 3
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro durante anuncio da instalações de 12 mil novos pontos de Wi-Fi em escolas públicas pelo país 3 - Foto: null

O presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu, mais uma vez, à pauta dos costumes para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está à frente em todas as pesquisas sobre as eleições deste ano. Segundo Bolsonaro, caso o petista seja eleito chefe do Executivo federal, ele indicará ministros “abortistas” para o Supremo Tribunal Federal (STF).

A declaração foi feita durante entrevista ao canal Linha de Frente, da afiliada do SBT na Bahia, nessa terça-feira (12/3). A conversa foi divulgada nesta quarta-feira (13/4).

Segundo Bolsonaro, atualmente a Suprema Corte conta com “cinco ou seis” ministros favoráveis ao aborto. Ele disse, então, que a estratégia de Lula será aprovar a pauta pelo STF, e não pelo Congresso Nacional, uma vez que, de acordo com o presidente, o petista não vai conseguir entre os parlamentares.

“Quando se fala em aborto, o Lula defende o aborto. Vamos supor que o Lula consiga aprovar o aborto dentro do Parlamento — eu acho difícil. Por que não consegue? Ele vai aprovar o aborto dentro do Supremo Tribunal Federal. Então, hoje, tem cinco ou seis ministros do Supremo que já são favoráveis ao aborto. Se o Lula voltar, ele bota mais dois em 2023”, disse Bolsonaro.

“Está na cara que vai botar abortistas lá também. Então, o aborto será aprovado no Brasil, se o Lula voltar, pelo Supremo Tribunal Federal, a exemplo de como foi aprovado o aborto na Colômbia”, acrescentou.

Em fevereiro, a Corte Constitucional da Colômbia descriminalizou o aborto nas primeiras 24 semanas de gravidez. Com a decisão, mulheres que optarem pelo aborto até o sexto mês de gravidez não serão punidas.

Antes da determinação, a Colômbia só permitia o aborto em casos de estupro, se a saúde da mãe estivesse em risco, ou se o feto apresentasse alguma malformação que comprometesse a sua sobrevivência.

Chapa Lula-Alckmin

Durante a entrevista, o presidente Jair Bolsonaro ainda voltou a criticar a chapa entre o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Segundo o atual mandatário da República, os dois eram como “cão e gato” e se uniram “pelo poder”.

“Então olha só: ou eles mentiram no passado ou mentem no presente. E eu entendo que não ter que ter uma luta pelo poder, tem que ter um consenso por parte da opinião pública. Até eu queria saber a opinião do Alckmin, que sempre foi um católico fervoroso, o que ele falaria sobre o aborto, já que o chefe dele quer o aborto”, declarou o presidente.

“O Alckmin está ajudando o Lula a voltar à cena do crime. Crime esses cometidos por Lula no passado, crimes tão criticados pelo Geraldo Alckmin. Essa chapa perdeu a sua razão de ser, perdeu a sua credibilidade perante a opinião pública”, prosseguiu.

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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos
Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula
No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice
O ex-governador, inclusive, tem sinalizado favoravelmente ao petista
A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República
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Quinze anos depois de concorrerem como rivais nas eleições ao cargo de chefe do Executivo federal, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos

Band/Reprodução
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Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula

Filipe Cardoso/ Metrópoles
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No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O ex-governador, inclusive, tem sinalizado favoravelmente ao petista

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A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República

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O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país

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De acordo com pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Datafolha, Alckmin estava na liderança para o governo paulista

Igo Estrela/Metrópoles
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A aliança entre os políticos foi oficializada em abril de 2022. A "demora" envolveu, além das questões legais da política eleitoral, acordo sobre a qual partido o ex-governador se filiaria

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Ao ser vice de Lula, Alckmin almeja ganhar ainda mais projeção política, o que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro

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Em 18 de março de 2022, Alckmin anunciou a filiação ao PSB, depois de 33 anos no PSDB

Divulgação/ Ricardo Stuckert
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Carlos Siqueira, Geraldo Alckmin, Lula e Gleisi Hoffmann

Fábio Vieira/Metrópoles

História

Alckmin e Lula se enfrentaram no segundo turno da eleição presidencial de 2006, quando o petista foi reeleito.

Um dos fundadores do PSDB, o ex-governador esteve, durante 33 anos, na legenda, mas deixou a sigla após a vitória de João Doria nas prévias para a escolha do político tucano que deverá disputar a Presidência da República. Dentro do partido, o grupo de Alckmin rivalizava com o do ex-governador de São Paulo.

No fim de março, Alckmin optou por se filiar ao PSB, partido que estará na coligação de Lula, e já apontava sua disposição em compor a chapa, ao afirmar que o petista é “aquele que melhor reflete o sentimento de esperança do povo brasileiro”.

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