Bolsonaro afirma que Brasil “vai bem” na questão climática
O presidente comentava o acordo firmado pelo país na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26)
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, na noite desta quinta-feira (11/11), durante a tradicional live semanal, que o país “vai bem na questão do clima”. O mandatário comentava o acordo assinado pelo Brasil, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), em reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030.
“Não assinaram o acordo do clima os países que são maiores responsáveis por emissões de gases de efeito estufa, como China, Índia etc. O pessoal só bota a culpa no Brasil. A nossa mídia cobra do presidente, mas nós somos responsáveis por 2,7% da emissão de gases de efeito estufa. O Brasil vai bem e vamos continuar trabalhando”, disse Bolsonaro.
A afirmação do presidente vai na contramão de críticas da comunidade internacional e de números que contradizem o discurso otimista.
Em agosto de 2021, a Amazônia teve a maior área desmatada para um mês em 10 anos. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônica (Imazon), foram desmatados 1.606 km² de floresta no mês. A área é 7% maior do que o número registrado em agosto de 2020 e o equivalente a cinco vezes o tamanho de Belo Horizonte.
Só neste ano, foram destruídos 7.715 km² de floresta, o pior número da década. O índice é 48% maior do que o observado no mesmo período do ano passado.
Compromisso firmado
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou, durante discurso na abertura da COP26, o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030. A meta anterior era de 43%.
Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, o país teve aumento de 9,5% nas emissões de gases poluentes em 2020, em plena pandemia de Covid-19. O resultado foi na contramão do mundo, que, globalmente, viu os índices despencaram em quase 7% no ano passado.