Bolsonaro acena aos outros Poderes: “Estou pronto para ceder”
Últimos dias foram marcados por tensão institucional. Na semana passada, ministro Augusto Heleno chamou parlamentares de chantagistas
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acenou aos demais Poderes, dizendo que está “pronto para ceder”. A declaração foi feita durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, realizada na noite desta quinta-feira (27/02/2020).
“Pode ter certeza de que, cada vez mais, os chefes de Poderes vão se ajustando, porque a nossa união – são quatro homens –, quanto mais ajustados nós estivermos, nós juntos podemos fazer um Brasil melhor para 210 milhões de pessoas”, disse o presidente, se referindo também aos presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal.
Nesta semana, a colunista do jornal O Estado de S. Paulo Vera Magalhães revelou que Bolsonaro tem divulgado um vídeo de manifestação contra o Parlamento desde antes do Carnaval. A informação foi confirmada pelo Metrópoles. Após a revelação, a jornalista tem sido duramente atacada nas redes sociais por bolsonaristas.
O episódio da convocação para os atos em 15 de março foi marcado por duras críticas ao presidente, que apoia o movimento marcado para o próximo dia 15 de março. Na semana anterior, a relação já havia sido desgastada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que chamou os parlamentares de chantagistas.
“É isso que eu peço a Deus, peço serenidade. Da minha parte, estou pronto para ceder também, porque eu também erro, acontece. Nós quatro, depois em um segundo plano, obviamente, mas um plano importante, integrantes do parlamento, dos poderes, se nós afinarmos a viola, como se dizia no passado, o Brasil realmente decola. Caso contrário, todos nós perdemos. E entre nós não tem ninguém melhor ou pior que o outro. Somos todos iguais nesta responsabilidade”, acrescentou o presidente.
Sem críticas ao Parlamento e ao STF
Ainda na transmissão ao vivo, Bolsonaro disse que não irá desistir e que buscará fazer tudo aquilo que prometeu durante a campanha eleitoral: “90% do que eu quero passa pelo Parlamento. Não vou criticar o Parlamento, nem o STF. A gente tem que persistir. O que eu falo pro Congresso é ‘bote em pauta’”. Não tô falando do Parlamento, quero ele independente e atuante. Não há critica ao Poder. Tenho que dar explicação porque o povo cobra mais de mim que dos outros”, concluiu.