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Bolsonaro acena a outros Poderes: “Somos um só corpo. Quem nunca errou no palavreado?”

Segundo o presidente, o “bom entendimento” entre Executivo, Legislativo e Judiciário significa a “alegria” do povo brasileiro

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta terça-feira, (14/9), que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário formam “um só corpo” e que o “bom entendimento” entre os Poderes significa a “alegria” do povo.

“O que seria do Executivo sem o Senado? Sem a Câmara? E também, por que não dizer, em muitos momentos, sem o nosso Supremo Tribunal Federal? Nós somos um só corpo. O nosso bom entendimento, alegria do nosso povo”, disse o presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto.

“Quem nunca errou no palavreado? Às vezes, custa caro para a gente, mas é melhor viver. Assim como a imprensa, né. É melhor viver assim, em liberdade, do que não ter liberdade. Não tem como nós não acreditarmos no futuro dessa nação, tendo aí o Legislativo, tendo o Judiciário, cada vez se entendendo mais para o bem comum de todos nós”, prosseguiu.

A declaração ocorre após um período de crise institucional. Na última semana, após voltar a fazer ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante o feriado de 7 de setembro, Bolsonaro publicou uma carta em tom conciliatório, na qual afirma que não teve “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.

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No documento divulgado na quinta-feira (9/9), Bolsonaro disse que boa parte das divergências com o Supremo, por exemplo, “decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do Inquérito das Fake News”.

Moraes é relator do inquérito e, em agosto, determinou a inclusão do presidente na investigação que apura a divulgação de notícias falsas sobre o atual sistema eleitoral.

“Na vida pública, as pessoas que exercem o poder não têm o direito de ‘esticar a corda’ a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”, pontuou o mandatário.

Nas manifestações de 7 de setembro, Bolsonaro anunciou, em discurso inflado, que não cumpriria mais as decisões judiciais proferidas pelo ministro Alexandre de Moraes.

“Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”, declarou.

Durante os atos, o chefe do Executivo nacional também fez declarações em tom de ameaça ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. “Ou o chefe desse Poder enquadra o seu [Alexandre de Moraes] ou esse Poder [Judiciário] pode sofrer aquilo que nós não queremos”, disse.

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