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Bolsonaro a produtores rurais: “Comprem suas armas. Está na Bíblia”

Presidente voltou a usar discurso de que “povo armado jamais será escravizado” e disse que ninguém deve ser cordeiro de outras autoridades

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Presidente Jair Bolsonaro1
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em evento com produtores rurais, nesta quarta-feira (10/8), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a incentivar a compra de armas de fogo. O mandatário comentava decretos assinados por ele que facilitaram o processo de aquisição de armamento, ao estenderem o porte para todo o perímetro da propriedade rural e simplificarem o trâmite de registro dos colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs).

“Povo armado jamais será escravizado. Comprem suas armas, comprem suas armas. Isso também está na Bíblia, lá no ‘Pedrão’. ‘Vendam suas capas e comprem espadas’. Nós não somos cordeiros, não queremos ser lobos também, mas jamais seremos cordeiros de dois ou três”, afirmou Bolsonaro em discurso no Encontro Nacional do Agro, organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

“Vamos dizer que a nossa liberdade é sagrada e não tem limites. Não tem esse papinho de fake news. ‘Ah, ele fez fake news.’ Ah, vá para a… Vá para a ponta da praia. O problema do Brasil é fake news agora?”, prosseguiu.

Bolsonaro fez referência indireta aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que têm reagido às investidas do presidente contra as urnas eletrônicas e investigado propagações de informações falsas por bolsonaristas.

“Sou o chefe da nação e eu não vou chegar a 23 ou 24 e falar: ‘O que eu não fiz lá atrás para o Brasil chegar a essa situação?’. Que isso custe a minha vida. Nós somos a maioria, nós somos pessoas de bem, nós, de verdade, trabalhamos. Vamos perder para narrativas? Para três ou quatro aí que assumiram cargos e se acham deuses?”, questionou ele.

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022

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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos

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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois

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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)

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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam

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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair

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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República

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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)

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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos

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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente

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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros

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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente

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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto

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Sinalização pró-Bolsonaro

O evento teve tons bolsonaristas e defendeu diversas propostas do presidente e candidato à reeleição, algumas sem relação direta com o agronegócio, como a revisão do conteúdo dos livros didáticos da escola.

Em discurso de abertura, o presidente da CNA, João Martins da Silva Junior, disse que “não tem mais espaço nesse país para uma equipe corrupta e incompetente, e muito menos o retorno de um candidato que foi processado e preso como ladrão”. Ele ainda defendeu a continuidade “do que estamos vendo hoje”, em sinalização pró-Bolsonaro.

“Vamos voltar para casa sabendo que o destino do nosso país está em nossas mãos, sabendo que vamos contribuir para modernizar este país e fazer dele uma grande nação”, concluiu o presidente da confederação.

No documento intitulado “O que esperamos dos próximos governantes”, a CNA defende o financiamento privado das campanhas eleitorais. A entidade também se manifesta a favor de outras reformas, como a tributária e a administrativa, e de uma modernização da política agrícola.

O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, ainda defendeu a classificação das invasões de terra como “ato terrorista”.

Estavam presentes no evento o candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Netto; o presidente da Petrobras, Caio Mário Paes de Andrade; e os ministros Marcos Montes (Agricultura), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI), além do almirante Flávio Rocha, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.

Também compareceram à agenda os seguintes parlamentares: a ex-ministra da Agricultura e deputada federal Tereza Cristina (PP-MS), o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sergio Souza (MDB-PR), e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

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