Bolsonaro: 2022 não elegerá apenas presidente, mas “renovação” no STF
Presidente voltou a lembrar que quem vencer a disputa pelo Planalto no próximo ano poderá indicar mais dois nomes ao Supremo em 2023
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar nesta terça-feira (7/12) que as eleições do próximo ano não serão apenas para eleger o novo chefe do Executivo, mas também a chance de, quem eventualmente for eleito, “renovar” o Supremo Tribunal Federal (STF) com duas novas indicações à Corte.
“Não é apenas eleição para presidente. Quem chegar à Presidência vai renovar mais duas vagas do Supremo Tribunal Federal no primeiro semestre de 2023”, disse o presidente durante encontro com empresários da indústria brasileira.
O atual chefe do Executivo também disse que não sabia “onde estava com a cabeça” quando decidiu disputar à Presidência, em 2018, mas que agora tem uma “missão”. “Aquela minha cadeira, pessoal, tem criptonita, tá? Não queiram aquela cadeira para os senhores.”
20% do governo no STF
Na semana passada, Bolsonaro afirmou que os ministros por ele indicados ao Supremo representam 20% das teses do governo dentro da Corte.
O presidente já fez duas indicações ao STF. A primeira foi Kassio Nunes Marques, que passou a integrar a Corte no ano passado. A segunda indicação foi a de André Mendonça, aprovado pelo Senado na semana passada após quatro meses de espera. Ele deve tomar posse na Corte no dia 16 de dezembro.
“Graças a Deus nós conseguimos enviar não para o Supremo, mas em um primeiro momento para o Senado Federal – e foram aprovados – dois nomes, duas pessoas que marcam também a renovação do Supremo. Renova-se o Executivo, o Legislativo, e o Supremo também é renovável. Ninguém é eterno. Alguns acham que são eternos. Ninguém é eterno e vai aí uma renovação”, declarou o presidente.
“Hoje em dia, eu não mando nos dois votos no Supremo, mas são dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que nós gostaríamos que fosse decidido e votado dentro do Supremo Tribunal Federal”, prosseguiu.
Próximas aposentadorias do STF
O Supremo Tribunal Federal tem a idade de 75 anos como limite para a aposentadoria compulsória do serviço público. A norma está em vigor desde 2015 e tirou as chances da então presidente Dilma Rousseff (PT) de indicar mais quatro ministros que se aposentariam até 2018.
Recentemente, o tema voltou a ser discutido nos corredores do Congresso Nacional. A deputada Bia Kicis (PSL-DF), por exemplo, apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição que revoga a normal atual e estabelece 70 anos como limite.
Há ainda outros textos que propõem alterar o processo de indicação à Corte, fazendo com que o presidente escolha um nome ao Supremo a partir de uma lista tríplice ou a limitação do mandato dos ministros a 10 anos.
Abaixo, veja as próximas aposentadorias de ministros do STF
- Ricardo Lewandowski
Aposentadoria: maio de 2023
Quem indicou: Lula, em 2006 - Rosa Weber
Aposentadoria: outubro de 2023
Quem indicou: Dilma, em 2011 - Luiz Fux
Aposentadoria: abril de 2028
Quem indicou: Dilma, em 2011 - Cármen Lúcia
Aposentadoria: abril de 2029
Quem indicou: Lula, em 2006 - Gilmar Mendes
Aposentadoria: dezembro de 2030
Quem indicou: FHC, em 2002 - Edson Fachin
Aposentadoria: fevereiro de 2033
Quem indicou: Dilma, em 2015 - Luís Roberto Barroso
Aposentadoria: março de 2033
Quem indicou: Dilma, em 2013 - Dias Toffoli
Aposentadoria: novembro de 2042
Quem indicou: Lula, em 2009 - Alexandre de Moraes
Aposentadoria: dezembro de 2043
Quem indicou: Temer, em 2017 - Nunes Marques
Aposentadoria: maio de 2047
Quem indicou: Bolsonaro, em 2020 - André Mendonça
Aposentadoria: dezembro de 2047
Quem indicou: Bolsonaro, em 2021