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Indicação do “filho 03” à embaixada nos EUA racha bolsonaristas

Desde que Jair Bolsonaro anunciou a intenção de indicar o filho Eduardo, a controvérsia tomou até o círculo de apoiadores do presidente

atualizado

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Solenidade de Filiação do Deputado Jair Bolsonaro ao PSL
1 de 1 Solenidade de Filiação do Deputado Jair Bolsonaro ao PSL - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Desde quando a ideia foi revelada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), na última quinta-feira (11/07/2019), a possível indicação do “filho 03”, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),  para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos tem causado controvérsia – inclusive no círculo dos próprios apoiadores do bolsonarismo.

O deputado federal mais votado em 2018, com quase 2 milhões de votos, é cotado para assumir um dos cargos mais importantes no cenário de relações exteriores do país, a embaixada junto ao mais tradicional parceiro comercial do Brasil. A intenção de Bolsonaro imediatamente levantou  questionamentos sobre a legalidade da indicação – há interpretações jurídicas conflitantes sobre a configuração de nepotismo ou não – e sobre a qualificação do indicado.

Mesmo entre apoiadores de Bolsonaro, a nomeação é cercada de polêmica. O racha põe, de um lado, quem considera que Eduardo seria “extremamente capacitado” para assumir a embaixada e vê a escolha do presidente como plenamente satisfatória. De outro, o “filho 03” teria uma missão mais importante no Brasil, como “combater o comunismo” e ajudar a tramitação dos temas da agenda do governo no Congresso.

Em seguida, veja quem apoia e quem é contra a nomeação de Eduardo para a embaixada do Brasil nos EUA e qual a justificativa de cada um deles.

Prós: O presidente Jair Bolsonaro justificou diversas vezes que o filho fala inglês e espanhol, além de  ter “uma vivência internacional muito grande”. O próprio Eduardo defendeu sua nomeação. Gravou um vídeo de cerca de oito minutos e divulgou nas redes. O irmão Flávio, senador pelo Rio de Janeiro, compartilhou. Com exceção de alguns parlamentares, o apoio maior vem de ministros de Bolsonaro, alegando o trânsito privilegiado com o pai presidente.

“Decisão a gente não discute, a gente cumpre. […] Ele (Eduardo) está dentro daqueles requisitos que a nossa legislação coloca para aqueles que não são da carreira diplomática.” – Hamilton Mourão, vice-presidente da República.

“É um excelente nome. Seria ótimo.” – Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores.

“Chega de hipocrisia! Eduardo Bolsonaro tem competência para ser embaixador nos Estados Unidos. É experiente, confiável e tem excelente trânsito junto ao governo de lá. Já tivemos muitos políticos como embaixadores e até mesmo como chanceleres: Itamar [Franco], José Aparecido, FHC [Fernando Henrique Cardoso]. Por que não Eduardo?!” – Osmar Terra, ministro da Cidadania.

“A representação diplomática é uma responsabilidade grande, mas ela se faz com uma credencial. E ele tem uma credencial junto ao pai, que é o presidente, o que é muito significativo.” – Jorge Oliveira, ministro da Secretaria-Geral.

“Você já viu um presidente dos EUA interromper um discurso para elogiar um deputado brasileiro? Pois é, Trump interrompeu…” – Carla Zambelli, deputada federal pelo PSL-SP.

“Eu não vejo um grande empecilho a não ser que haja um entendimento, e também não vejo motivação pra isso, de o Senado resolver dar um recado, tentar fazer disso um cavalo de batalha contra a indicação do presidente.” – Major Olímpio, senador pelo PSL-SP.

Contra: Os que não apoiam a indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada americana alegam não duvidar da capacidade política do filho do presidente, mas alguns desaprovam por considerar nepotismo por parte de Jair Bolsonaro. Outros nomes, como o guru Olavo de Carvalho e o empresário Luciano Hang, acham que o “filho 03” tem uma missão maior no Brasil.

“Adoro os USA e quero ver o Brasil seguir o mesmo caminho, por isso sou um ativista político e tenho a certeza de que neste momento o Eduardo é mais importante aqui defendendo as mudanças e apoiando o governo do que ser embaixador nos Estados Unidos. Vamos juntos mudar o Brasil.” – Luciano Hang, empresário dono da rede de lojas Havan.

“Eu me lembro do jantar na embaixada em Washington quando o presidente Bolsonaro disse que o objetivo da sua vida era a eliminação desse esquerdismo maldito que quase destruiu o Brasil. Nessa situação, o presidente está como rei e Eduardo como lutador, como guerreiro. Esta é a missão histórica dele [Eduardo].” – Olavo de Carvalho, escritor e guru do bolsonarismo.

“Sou contra. Temos que botar profissionais. Recebo diplomatas toda semana e vejo o nível e tempo de trabalho em vários países. E vai ser dentro desse critério que vou continuar querendo indicação de diplomatas. Não alguém caindo de paraquedas. Para mim, é um adolescente pilotando um Boeing.” – Marcos do Val, senador pelo Cidadania-ES.

“Não estou questionando capacidade nem possibilidade jurídica. Estou questionando se é certo abandonar os eleitores. Ninguém me perguntou, mas eu digo que não.” – Janaína Paschoal, deputada estadual (PSL-SP).

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