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Bolsonaristas do PSL temem isolamento político com punições

Apesar da grave crise no partido, anúncio de suspensões de até um ano assustou grupo de deputados ligados ao presidente Jair Bolsonaro

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Luciano Bivar, União Brasil
1 de 1 Luciano Bivar, União Brasil - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apesar do discurso de que “não se preocupam“, os deputados do PSL que deverão ter as punições confirmadas na próxima semana pelo Diretório Nacional do partido estão aflitos com a possibilidade de serem suspensos por períodos que variam de três meses a um ano. O que os assusta é a possibilidade do isolamento político. “Vamos ficar sem voz no Parlamento. Vai ser como antes da eleição, falando só no Twitter”, reclamou um dos “infiéis” em conversa com a reportagem.

Em movimento articulado pelo presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE), na foto em destaque, a Executiva Nacional do PSL estipulou punições a 18 filiados com partido, que vão de advertências a suspensão do partido por 12 meses. As penas mais pesadas, de um ano de gancho, foram sugeridas aos deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ), acusados de liderar ações que, segundo os acusadores, ferem as regras do partido.

Bivar também controla o Diretório Nacional e, caso nada mude até a próxima segunda-feira (02/12/2019), não terá problemas em confirmar as punições. O fundador do PSL e ex-aliado de Jair Bolsonaro está se mantendo discreto desde que foi classificado pelo presidente da República como “queimado pra caramba“. Ele não tem estado em Brasília e deu poucas entrevistas desde então. Nos bastidores, porém, não esconde a mágoa com o episódio e disse a um colega deputado de outro partido, ao encontrá-lo por acaso, que vai “destruir Bolsonaro”.

Ao serem suspensos do partido, os deputados bolsonaristas do PSL vão perder cargos em comissões permanentes e especiais, como a CPMI das Fake News. O deputado Eduardo Bolsonaro também perderia automaticamente o cargo de líder do partido na Câmara – que conquistou recentemente, já depois do estouro da briga.

Em entrevista na última quarta (27/11/2019), Eduardo minimizou a punição: “Para ser sincero, não me preocupo. É óbvio que sair do partido implica sair das comissões, mas nada disso me faz perder o sono, porque a minha moral com o meu público continua a mesma”, disse.

Nas redes sociais, Eduardo tem sido um dos poucos a atacar a punição. Veja:

Parlamentares que não são tão populares quanto o filho do presidente, porém, acham que o isolamento pode custar caro, pois estão acostumados a usar o direito à fala em comissões como material para divulgação constante nas redes sociais. Temem se tornar deputados do mais baixo clero, que só conseguem discursar em dias “mortos” no plenário, como segundas-feiras, quando dificilmente há sessões deliberativas.

Esse é o cenário atual. Mas, apesar de praticamente não haver diálogo entre as alas, resta a esperança de alguma mudança até o decisão final. A novela segue.

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