Blindado, Onyx comparece à CCJ da Câmara para falar sobre armas
Ministro entrou sob aplausos de políticos e assessores do governo. Presidente da comissão frisou que só serão aceitas perguntas sobre o tema
atualizado
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O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chegou à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nesta terça-feira (18/06/2019) para prestar esclarecimentos sobre o decreto das armas editado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O ministro entrou sob aplausos de políticos e assessores do governo e o presidente da comissão, o deputado Felipe Francischini (PSL), frisou antes do início da reunião que Onyx deverá responder somente perguntas referentes ao decreto e não serão permitidos outros assuntos.
O governo quer evitar que o ministro responda a assuntos incômodos ao Planalto, principalmente em relação ao vazamento de conversas da Operação Lava Jato. Os governistas insistiram para que o presidente da Câmara tomasse a palavra para possíveis assuntos incômodos com o objetivo de blindar o ministro.
A reunião também conta com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Helder Salomão (PT-ES).
Mesmo blindado, o assunto das armas é incômodo para o ministro. Entre deputados que apoiam o governo, há divisões sobre o assunto, principalmente de evangélicos que não aceitam a facilitação do acesso às armas.
Um dos deputados da bancada religiosa, Pastor Isidorio (Avante-BA), que costuma andar sempre com uma Bíblia na mão, levou cartazes com frases contra a liberação das armas “Disse Jesus: Amai-vos, não, armai-vos”, mostrava em um deles. Outro carregava o dizer: “Mais livros, mais educação, menos armas, igual a vida”
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia também compareceu à CCJ no início do discurso do ministro demonstrando apoio.
Maia participou ativamente das articulações para um acordo para que Onyx atendesse à convocação da CCJ.
Onyx foi convocado para explicar o decreto que liberou o porte de armas para uma série de categorias de trabalhadores.
Desde que o presidente assinou o documento, sua legalidade tem sido questionada por organizações que atuam na área da segurança pública no Brasil.
O decreto de nº 9.785 alterou a regulamentação anterior do Estatuto do Desarmamento, em vigor desde 2003, que liberava o porte para apenas 11 categorias, a maioria delas ligada à segurança pública e privada.