Bezerra a Renan: “Quer ser relator universal dos fatos da República”
Colegas de bancada do MDB discutiram no início da sessão da CPI, que ouve o depoimento de Fabio Wajngarten
atualizado
Compartilhar notícia
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid voltou a registrar bate-boca entre senadores de oposição e da base aliada ao governo federal. Desta vez, a discussão acalorada ocorreu entre o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE), e o colega da bancada do MDB e relator do colegiado, Renan Calheiros (AL).
A confusão teve início após Renan sugerir uma investigação ao orçamento paralelo criado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para aumentar base de apoio no Congresso Nacional. “Acho que é uma investigação pertinente que haja aqui. Essa sim tem fato determinado”, defendeu o relator.
Bezerra, por sua vez, disse que “não há nada de secreto” no esquema. “Vossa excelência está querendo fugir de uma situação, trazendo outra. Lamentável”, disse o líder do governo, que foi de pronto respondido pelo relator: “Orçamento é fato conexo”.
Fernando Bezerra, então, comparou Renan Calheiros ao juiz Sergio Moro. “Vossa excelência disse que não ia ser como o juiz Sergio Moro, um juiz universal. Vossa excelência quer ser o relator universal de todos os fatos da República. É preciso ter calma”, disparou.
Wajngarten é ouvido
Os senadores que integram a CPI da Covid ouvem, nesta quarta-feira, o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten. Ele será o quinto depoente do colegiado.
Antes dele, os senadores ouviram o depoimento de Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa, além dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello só será ouvido em 19 de maio, após ter alegado que teve contato com duas pessoas infectadas pelo novo coronavírus e cumpre quarentena.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.