metropoles.com

Bebianno: “Carlos fez uma macumba psicológica na cabeça do pai”

O ex-secretário-geral da Presidência da República afirma que todos no PSL têm medo de confrontar a agressividade do filho do presidente

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil
Gustavo Bebianno
1 de 1 Gustavo Bebianno - Foto: Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil

O agora ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno afirmou nesta terça-feira (19/2) – em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Rádio Jovem Pan – que, embora magoado com a exoneração, ainda nutre respeito, afeto e amor – “por que não dizer?” – por Jair Bolsonaro (PSL), a quem se refere sempre como “meu presidente”.

Mas, como não poderia deixar de ser, Bebianno joga a responsabilidade sobre toda a “trama” que levou à sua queda do primeiro escalão do governo Bolsonaro sobre o filho vereador do presidente. “Eu fui demitido por Carlos Bolsonaro [PSC-RJ]”, atacou. “Carlos fez uma macumba psicológica no pai.”

Segundo o ex-ministro, Bolsonaro é uma personalidade com muito carisma e a maior liderança política surgida no país em muito tempo. “Mas, como ser humano, não é perfeito e comete deslizes”, disse. Um desse deslizes, de acordo com ele, é não controlar o filho.

“Existe uma falha no que diz respeito ao comportamento do Carlos”, afirmou Bebianno. “Se ele fosse meu filho, eu estaria preocupado. Carlos coleciona inimigos com sua ‘metralhadora giratória’ e não mede as consequências dos seus atos”, ressaltou.

O ex-secretário-geral ainda revelou que o filho do presidente e seu desafeto tem um “nível de agressividade acima do normal”. Bebianno contou que, no Rio de Janeiro, Carlos é conhecido como “destruidor de reputações” mesmo entre os membros do PSL. “Muitas pessoas foram atacadas por ele, virou uma bola de neve, e as pessoas têm medo de confrontá-lo”, falou.

Bebianno contou, ainda, que Carlos certa vez chamou um correligionário do PSL – cujo nome ele não quis revelar – de vagabundo. Segundo o ex-ministro, o filho dessa pessoa sentiu bastante o ataque, ficou deprimido e se mutilou com uma faca na garganta.

“Carlos é o filho do presidente, um rapaz famoso, muito bonito, alto, mas o sucesso subiu à cabeça. Ele precisa fazer uma reflexão, suas atitudes fazem muito mal às pessoas. Isso não é cristão, não é correto. E foi o que tentei argumentar com o presidente”, declarou Bebianno.

Pessoa doce
No entanto, o ex-secretário falou que Carlos, às vezes, é uma pessoa doce, positiva, mas em outras ocasiões entra em altos e baixos. Ele lembrou o ataque sofrido por Bolsonaro durante a campanha, em setembro de 2018.

“Carlos não queria ver aquilo. Ele deitou a cabeça no meu ombro e chorou compulsivamente. Ele é a pessoa que mais sofre com essa agressividade, esse ódio. Carlos vive numa grande caixa da teoria da conspiração que ele acha que tem contra a família e o pai”, observou Bebianno.

Nada de “homem-bomba”
Gustavo Bebianno assegurou que não alimenta mágoa contra Carlos. “Não tenho sentimento de ódio contra ele”, disse. E garantiu que não será nenhum tipo de “homem-bomba” contra o governo. “Tenho caráter. Não vou atacar o nosso presidente em absolutamente nada. Bolsonaro é correto. Tenho certeza de que ele tomou a decisão [de demiti-lo] com sofrimento. É um patriota que quer o bem do nosso país. Tenha certeza: esse governo vai dar certo”, encerrou.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?