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BB pede reunião emergencial após vazamento de manifesto Fiesp/Febraban

BB e a Caixa ameaçaram deixar a Febraban se o documento fosse com teor crítico ao governo. Documento pede “foco em ações e medidas urgentes”

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Edifício Banco do Brasil
1 de 1 Edifício Banco do Brasil - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A decisão da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de adiar a divulgação do manifesto de apoio à democracia, com críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não impediu que o documento fosse vazado nesta segunda-feira (30/8).

No manifesto, entidades representantes da indústria e da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) reafirmam a independência dos Três Poderes e pedem “serenidade e diálogo” diante da “escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”. As informações são do site O Antagonista que também informou que o Banco do Brasil enviou e-mail às demais instituições bancárias pedindo uma reunião emergencial para as 15h desta segunda.

O BB e a Caixa ameaçaram deixar a Febraban se o documento fosse com teor crítico ao governo. Os dois bancos públicos representam cerca de 22% do orçamento da entidade.

De acordo com o site, haviam assinado o documento mais de 200 associações empresariais, como Fenabrave, Fecomércio, Abag (agronegócio), Instituto Brasileiro da Árvore (celulose e papel), Abinee (indústria elétrica e eletrônica), Alshop (lojistas de Shopping), Sociedade Rural Brasileira e o IDV (varejo).

De acordo com a reportagem, o trecho que desagradou a cúpula da Caixa e do BB é o que fala em “foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos”.

Procurada pelo Metrópoles, a assessoria do BB não confirmou o caráter emergencial da reunião. Segundo a instituição, a reunião do Conselho do BB ocorre de forma ordinária, todas as segundas. O espaço continua aberto para manifestação.

Fiesp

Já a Fiesp informou que não se manifestará sobre o posicionamento da Caixa e do BB. A entidade disse ainda, por meio de sua assessoria que o texto foi enviado na última quinta-feira para entidades afiliadas.

Em menos de 24h, segundo a Fiesp, houve mais de 200 pedidos de admissão e por isso decidiram esticar o prazo para novas adesões. Segundo a Fiesp, a instituição ainda está recebendo novas assinaturas.

Febraban

Em nota, a Febraban confirmou o teor do manifesto intitulado “A Praça é dos Três Poderes” e disse que “não participou da elaboração de texto que contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica”. A Febraban informou ainda que a publicação do texto não objeto de decisão da entidade.

“O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e apresentado na última quinta-feira às entidades empresariais com prazo de resposta até 17 horas da sexta-feira, é fruto de elaboração conjunta de representantes de vários setores, inclusive o financeiro, ao longo da semana passada”, observou.

“Desde sua origem, a Febraban não participou da elaboração de texto que contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica. O conteúdo do manifesto pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade”, destaca a nota.

“A Febraban submeteu o texto a sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material. Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela Fiesp. Sua publicação não é decisão da Federação dos Bancos. A Febraban não comenta sobre posições atribuídas a seus associados”, diz a nota divulgada nesta segunda.

 

Leia a íntegra do manifesto:

“A praça é dos Três Poderes”

“A Praça dos Três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sede de cada um dos poderes.

Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.

Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição nos impõe.

As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.

Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.”

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