Bate-boca e ilações levaram Aziz a parar reunião da CPI por 10 minutos
Senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do presidente Bolsonaro, disse que a comissão está diante da denúncia fraudulenta no caso Covaxin
atualizado
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O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) decidiu fazer um intervalo de 10 minutos para tentar acalmar os ânimos na reunião desta sexta-feira (25/6), destinada a ouvir o servidor público Luis Ricardo Miranda e o irmão dele, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), sobre denúncia de fraudes na importação da vacina da Covaxin.
Ao fazer questionamentos a Luis Ricardo, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do presidente Jair Bolsonaro, disse que a comissão está diante de uma denúncia fraudulenta e que sabe da motivação do deputado Luís Miranda para tornar públicas essas notícias.
“Essa CPI está diante de uma denúncia fraudulenta”, acusou o senador governista. “Eu sei qual é a motivação”, disse o senador, referindo-se a Luis Miranda.
Diante da acusação de Marcos Rogério, senadores integrantes da CPI começaram a cobrar que ele revelasse na comissão os reais objetivos.
Após falar que sabia o real motivo do depoimento do deputado Luís Miranda, o senador Marcos Rogério recebeu uma enxurrada de perguntas dos colegas perguntando qual era a motivação.
Ele não respondeu. pic.twitter.com/S9E8R7mQUl
— Metrópoles (de 🏠) (@Metropoles) June 25, 2021
O senador, por sua vez, se negou a apontar quais seriam esses motivos no plenário e disse que o presidente Omar Aziz também sabia dos reais motivos de Miranda.
“Eu sei qual é a motivação e o senhor também”, disse Marcos Rogério.
Aziz reagiu: “Eu não sei qual é a motivação. Fale qual é a motivação”.
Diante da negativa, o presidente da CPI decidiu suspender os trabalhos por 10 minutos.
Luís Ricardo foi convidado após a CPI ter acesso ao depoimento dele à MPF, que investiga supostas irregularidades nas negociações relativas ao imunizante. O servidor disse ter sofrido pressão atípica de superiores e que membros do governo federal articulação junto à Anvisa pela vacina.
O parlamentar, por sua vez, colocou-se à disposição da comissão para prestar depoimento junto ao irmão, alegando ter mais informações sobre o caso. Os irmãos disseram também que alertaram o presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas envolvendo a transação.
Com o depoimento deles, senadores avaliam que a CPI está entrando numa nova fase, que investiga corrupção na aquisição de vacinas.