Base aliada prevê queda de apoio a Temer no plenário da Câmara
Líderes partidários acreditam que o presidente terá menos votos a seu favor na segunda denúncia em relação à primeira
atualizado
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Líderes de partidos da base aliada preveem que o presidente Michel Temer terá menos votos a seu favor na segunda denúncia em relação à primeira durante a votação da acusação no plenário da Câmara. A avaliação é de que a relação política entre os parlamentares e o Palácio do Planalto piorou. A votação da segunda denúncia no plenário da Casa está prevista para a próxima quarta-feira (25/10).
Em linhas gerais, líderes partidários citam três motivos principais para o aumento dos votos contrários a Temer: 1) o não cumprimento de promessas do governo em relação à liberação de cargos e emendas; 2) o fato de os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) estarem juntos na segunda denúncia; 3) a perda do medo de punições, por o governo não ter penalizado deputados da base que votaram contra Temer na primeira denúncia.
O líder do PR, José Rocha (BA), também prevê que Temer receberá menos apoio na segunda denúncia. “No PR, há uma insatisfação muito grande por não terem cumprido o compromisso de liberação de emendas impositivas”, afirmou Rocha, sem dar uma estimativa de votos na bancada. Na primeira denúncia, o 28 deputados do PR votaram a favor do presidente e nove, contra. Outros três parlamentares se ausentaram.
Avisos
Apesar dos avisos ao governo, a maioria dos partidos da base aliada agiu para apoiar Temer. PR e PSD, por exemplo, mudaram seus integrantes titulares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ajudar a barrar a segunda denúncia. O colegiado aprovou na quarta (18) o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) recomendando a rejeição da denúncia.
Temer tem feito concessões a demandas mais gerais dos parlamentares. O governo, por exemplo, editou um decreto que dificulta a punição de empresas que submetem trabalhadores a condições análogas à escravidão, demanda da bancada ruralista. Também concordou com regras mais benéficas para empresas no novo Refis, um programa de parcelamento tributário com a União. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.