Barros tem participação em “esquema montado na Saúde”, afirma Randolfe
Vice-presidente da CPI da Covid-19 defendeu que o deputado tem ligações diretas com empresas interessadas em intermediar venda de vacinas
atualizado
Compartilhar notícia
O vice-presidente da CPI da Covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, nesta terça-feira (24/8), que o colegiado tem elementos que indicam o envolvimento do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), em “esquema montado no Ministério da Saúde” para venda de vacinas contra Covid-19.
Segundo o senador, o depoimento desta manhã, destinado a ouvir o representante da Belcher Farmacêutica, servirá para “provar e apresentar as relações do senhor Ricardo Barros com essas empresas intermediárias”.
Isso porque Barros é amigo de outros membros do quadro societário da empresa, como Francisco Feio Ribeiro Filho e Daniel Moleirinho Feio Ribeiro Filho.
Outro ponto que colocou a empresa na mira da comissão é a localização da sede da farmacêutica, que fica em Maringá (PR) — colégio eleitoral do líder do governo. Vale lembrar que o deputado já é investigado por envolvimento nos trâmites para a contratação do imunizante indiano Covaxin.
“Esperamos que o senhor Emanuel Catori (sócio da Belcher) reafirme essas informações. Caso contrário, serão apresentados elementos e informações o bastante para confrontá-lo”, completou Randolfe.
O grau de envolvimento da Belcher com atores políticos alinhados ao governo federal, incluindo o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, levantou suspeitas dos senadores.
Os membros da comissão querem entender se houve, ao longo das tratativas, um possível favorecimento à farmacêutica dentro do Ministério da Saúde. Barros nega que tenha participado das negociações entre o governo federal e a empresa.