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“Barros comanda um dos maiores esquemas de roubalheiras”, diz Renan

Relator da CPI da Covid-19 defendeu que líder do governo na Câmara tem envolvimento em episódios de corrupção no Ministério da Saúde

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Renan Calheiros_CPI da Covid
1 de 1 Renan Calheiros_CPI da Covid - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse, nesta terça-feira (31/8), que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), é o “comandante de um dos maiores esquemas de roubalheiras que assaltou, entre outros órgãos públicos, o Ministério da Saúde”.

O senador, que já incluiu o deputado no rol de investigados da CPI, criticou o envolvimento do parlamentar com supostas irregularidades na pasta, que chefiou durante parte do governo do ex-presidente Michel Temer.

“[O envolvimento de Barros] está evidentemente comprovado, pela sua relação com Roberto Ferreira Dias, pela maneira como eles roubavam, inclusive com arquitetura pública do próprio roubo. Isso é uma coisa inédita na própria história da corrupção. O papel desse Ricardo Barros, líder do governo na vida nacional é um papel lamentável”, enfatizou o senador.

O relator defende que Barros seja “exemplarmente punido”. “Nós não temos ainda o desfecho do relatório final, mas ele já foi posto formalmente como investigado em função desses fatos”, completou.

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Deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara
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Deputado Ricardo Barros (PP-PR)

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Deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara

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“Movimentação atípica”

Reportagem do O Globo mostra que o deputado teria registrado “movimentação financeira incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira”. A informação consta em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Segundo o documento, Barros movimentou R$ 418 mil, o equivalente a 94% do que o parlamentar diz ter como patrimônio líquido declarado: R$ 446 mil. No total, foram R$ 169.849,97 acima da capacidade.

As operações foram feitas com familiares ou “estreitos colaboradores” sem que fossem justificadas por eventos econômicos. Além disso, houve “movimentação por meio de saques, os quais dificultam identificar os beneficiários finais dos recursos”.

Entre as transferências, estão 13 pessoas físicas e 24 jurídicas das quais Barros é sócio. A administradora das contas correntes do grupo econômico disse ao órgão que tratam-se de transações de venda de imóveis. Em seguida, esse dinheiro seria destinado ao pagamento de empréstimos contratados entre as empresas do grupo.

O relatório ressalta que o deputado é investigado por corrupção passiva, crime eleitoral, crimes contra a dministração pública, formação de quadrilha, fraude, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e lavagem eleitoral.

O deputado nega qualquer irregularidade e afirma que as operações estão “dentro da normalidade”.

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