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Bancos privados garantiram empréstimos para Grupo EBX, diz Eike

O empresário Eike Batista depôs nesta quarta na CPMI do BNDES, que investiga supostas irregularidades em negociações da estatal com empresas

atualizado

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Eike Batista
1 de 1 Eike Batista - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Durante seu depoimento nesta quarta-feira (29/11) à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga supostas ilegalidades em transações financeiras executadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (a CPI do BNDES), o empresário Eike Batista afirmou que todos os empréstimos concedidos pela instituição ao Grupo EBX tinham garantia. Segundo ele, bancos privados asseguraram as transações entre suas empresas e o BNDES; de forma que ele não possui dívida alguma com a instituição.

O empresário disse ainda que lhe “causou estranheza” o fato de a Presidência do BNDES “ter demorado mais de um ano para esclarecer que o grupo não tinha nenhuma dívida com eles”. Eike Batista afirmou que o Grupo EBX manteve projetos de infraestrutura e geração de energia que totalizaram R$ 120 bilhões e “que beneficiaram o Brasil como um todo”, dos quais o BNDES participou “com mais ou menos R$ 15 bilhões”. As obras estão localizadas no Maranhão, Ceará e no litoral do Rio de Janeiro.

“Esses projetos receberam recursos do BNDES, mas estes foram repasses do BNDES garantidos por bancos privados, o Bradesco, o Santander, garantias pessoais, ativos e recebíveis”, listou o depoente. “No meu caso, devido à crise do grupo, foram repassados a novos sócios internacionais. Os empréstimos com o BNDES foram cancelados e, quando obtidos, contaram com a garantia de bancos privados”, reforçou.

Convocado pela CPMI – o não comparecimento resultaria em ser conduzido coercitivamente pela Política Federal –, Eike Batista depôs nesta tarde amparado por habeas corpus concedido pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. A medida lhe assegurou o direito de não assinar termo de compromisso nem responder por fatos que o incriminassem. O empresário estava acompanhado pelos advogados Fernando Teixeira Martins e Jaqueline da Rocha.

Petrobras
Eike Batista defendeu a execução de novos projetos de infraestrutura: uma “demanda fantástica para a exploração do petróleo, que virá”. E ressaltou que os problemas do Grupo EBX tiveram início com a queda no preço do petróleo. A segunda causa, afirmou, esteve relacionada à Petrobras.

“Do jeito que foi safenada, a Petrobras começou a demitir. E toda a cadeia de suprimento atrás do petróleo, que era gigantesca, literalmente acabou. Eu sempre fui um soldado do Brasil, meus recursos sempre foram investidos aqui, em projetos estruturantes”, declarou.

Em resposta ao senador Jorge Viana (PT-AC), o empresário afirmou que a execução de projetos requer estudos, e que as obras realizadas no Porto de Açu, na porção norte do litoral fluminense, “começaram do zero”. “Não existia nada no Açu, era uma fazenda com 15km contínuos de praia. Era um pasto de área degradada que se tornou porto graças a um projeto lastreado em uma mina de ferro, que existe em Minas Gerais, e nos mega campos de petróleo que o Brasil tem”, afirmou.

No início de sua fala, ele apresentou vídeo sobre o empreendimento (imagem abaixo) e destacou: “O BNDES foi uma complementação no Açu, eu investi muito dinheiro meu (no porto). Eu apostei muito no Brasil e espero que um novo ciclo como esse chegue em breve”. Na condição de empresário, disse aos senadores que tem a obrigação de “primar pela tecnologia e buscar o melhor que se tem”, e reconheceu que fez uma “aposta errada no petróleo”. O empresário disse ainda que o Brasil deveria criar uma “Embraer dos mares”, como forma de dar suporte à exportação petrolífera.

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Senadores assistem vídeo sobre o Porto Açu, no Rio


Prisão
Eike Batista é acusado de participar de esquema de corrupção envolvendo o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB). Segundo o Ministério Público Federal, ele teria mentido em depoimento ao dar explicação sobre o pagamento de R$ 1 milhão ao escritório de advocacia de Adriana Anselmo, mulher do político.

Ele chegou a ser preso, mas hoje cumpre recolhimento domiciliar noturno, por determinação do STF. Na decisão, o Supremo também o proibiu de deixar o país e manter contato com outros investigados. Além disso, o empresário deve comparecer periodicamente em juízo para prestar informações sobre suas atividades. (Com informações da Agência Senado)

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