Bachelet após Bolsonaro defender ditadura: “Me dá pena pelo Brasil”
O presidente brasileiro atacou o pai da alta comissária dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, morto no regime de Pinochet
atualizado
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Em entrevista à Televisão Nacional do Chile, a alta comissária dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, disse ter “pena pelo Brasil” ao comentar as falas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a ditadura de Augusto Pinochet no Chile.
“Se há uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, bem, que diga que a morte de meu pai por tortura permitiu que [o Chile] não fosse outra Cuba, a verdade é que me dá pena pelo Brasil”, disse Bachelet à TV. O conteúdo da entrevista foi publicado neste domingo (22/09/2019) pelo jornal La Tercera.
Ataque
Após receber críticas da ex-presidente do Chile, Bolsonaro atacou o pai de Bachelet. “Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”, afirmou o presidente por meio das redes sociais no início do mês. Alberto Bachelet era da Força Aérea chilena e foi torturado e morto em fevereiro de 1974.
Com a ampla divulgação dos incêndios na Amazônia, inclusive na imprensa internacional, a ex-presidente chilena fez críticas ao governo de Bolsonaro e apontou para uma “redução do espaço cívico e democrático”.