Aziz critica celeridade da Câmara em pautar processo contra Miranda
“Espero que a Câmara possa ter a mesma agilidade quando a gente entregar o relatório da CPI ao presidente Arthur Lira “, ironizou o senador
atualizado
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O presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), criticou, nesta quarta-feira (22/9), a “celeridade” do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em pautar a representação contra o deputado Luis Miranda (DEM-DF).
O PTB, presidido pelo ex-deputado Roberto Jefferson, apresentou representação contra o deputado após as denúncias de irregularidades envolvendo as negociações da vacina Covaxin entre a Precisa Medicamentos, intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech, com o Ministério da Saúde.
Nesta manhã, deputados pediram vista e a análise da admissibilidade da denúncia ficou para depois.
“Espero que a Câmara possa ter a mesma agilidade quando a gente entregar o relatório da CPI ao presidente Arthur Lira (PP-AL)”, ironizou Aziz. O senador pediu aos deputados que aguardem os términos das investigações conduzidas pelo colegiado.
“Hoje, a Câmara abriu um procedimento contra o deputado Luis Miranda, sem nem esperar a CPI acabar e sobre uma denúncia que até hoje o presidente da República não disse se é verdade ou mentira. Não estou aqui defendendo o deputado, mas espero que a Câmara tenha o mesmo encaminhamento em relação a pessoas mais poderosas”, disse. “Esperem a CPI, esperem o presidente desmentir o deputado”, finalizou.
Entenda
Mais cedo, o deputado federal Gilberto Abramo (Republicanos-MG) apresentou ao colegiado da Câmara parecer pela admissibilidade da representação contra Miranda. Parlamentares pediram vista coletiva – tempo extra para análise – do relatório e a sessão foi encerrada.
Para embasar o parecer, Abramo argumentou que Miranda demorou três meses para fazer as denúncias.
“O processo merece prosperar para que seja sanada toda e qualquer dúvida que paira sobre todos os fatos e, sendo confirmadas as condutas contidas na representação, vislumbro que o representado agiu, sim, de forma contrária ao que dispõe o Código de Ética e decoro parlamentar desta Casa”, diz o relator no texto.
Contrato cancelado
O governo federal fechou acordo para a compra de 20 milhões do imunizante no valor de US$ 15 por dose, totalizando R$ 1,6 bilhão. Após as irregularidades virem à tona, o governo cancelou o contrato.
O partido, todavia, diz que Miranda teria agido de má-fé ao ter denunciado um suposto crime cometido por agente do Estado, apontando suposto superfaturamento a fim de prejudicar a imagem e imputar crime ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao então ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Na ocasião, o chefe do Executivo federal teria dito que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), estaria envolvido. Bolsonaro nunca confirmou nem negou a suposta afirmação. Barros nega.