Autoridades lamentam morte do ex-ministro Bebianno. Bolsonaro não
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contudo, ainda não se manifestou sobre o falecimento do ex-aliado
atualizado
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A morte do ex-secretário geral da Presidência da República, o advogado Gustavo Bebianno, neste sábado (14/03), gerou uma série de reações nas redes sociais. O ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faleceu aos 56 anos em Teresópolis (RJ), vítima de um infarto fulminante.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, pelo Twitter, que Bebianno seria “um bom quadro para a disputa” pela Prefeitura do Rio – o ex-ministro era pré-candidato ao cargo pelo PSDB – e que ele “sempre se mostrou correto e equilibrado no trato dos assuntos”.
Vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão (PRTB) disse que, ainda que “eventualmente” a política o tivesse afastado de Bebianno, que esteve com eles “desde os primeiros momentos da campanha vitoriosa” de Bolsonaro, não se “apaga jamais o bom combate que travamos juntos”.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também se manifestou, por meio de nota. “Hoje é um dia triste, não apenas para a classe política, mas para todo o Brasil. Conhecido pela seriedade e pela maneira afável, Gustavo Bebianno contribuiu com o debate nacional, era um apaixonado pelo Brasil e ainda tinha muito a contribuir com o permanente aperfeiçoamento da nossa democracia. Meus sentimentos e que Deus ilumine e conforte toda família”, disse o emedebista.
Outro dos auxiliares de Bolsonaro a se manifestar foi o ministro da Educação, Abraham Weintraub. ““Nesse momento, deixo no passado divergências. Manifesto meus sentimentos à família e desejo que ele esteja em paz, em um lugar melhor”, escreveu ele.
A deputada estadual por São Paulo Janaina Paschoal (PSL) também se manifestou: “O Brasil perdeu um homem bom, um homem que trabalhou intensamente pelo bem deste país e nunca se revoltou por ter sido injustiçado”.
O deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP), que assim como Bebianno se afastou do governo federal depois que Bolsonaro assumiu, ironizou: “Para uns, hoje vai ter festa no Palácio”. Para ele, foi uma “voz importante que se calou”.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) se somou aos que lamentaram a morte: “Seu falecimento surpreende a todos. O Rio perde, o Brasil perde. Bebianno tinha grande entusiasmo pela vida e em trabalhar por um País melhor”.
“Um dos muitos que se insurgiram contra as arbitrariedades praticadas pelo Governo. Minha solidariedade à família”, escreveu a deputada federal oposicionista Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Apesar das manifestações de diversas autoridades, incluindo seu vice, Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a morte do ex-aliado. Os filhos tampouco citaram o caso.
Além das condolências, as redes sociais também têm manifestações quanto ao que Bebianno eventualmente saberia a respeito de possíveis irregularidades na campanha de Bolsonaro. Posts lembram que o ex-ministro tinha medo de ameaças e que teria escrito cartas com revelações do que saberia.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), por exemplo, postou: “Com sua morte, segredos e falcatruas da campanha de Bolsonaro à presidência estarão enterrados para sempre”. Colega dela na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR) cobrou que, se estas cartas existem, o conteúdo seja revelado.
Ex-aliado do bolsonarismo
Bebianno deixou o governo em fevereiro de 2019, após se desentender com um dos filhos do presidente, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC).
Coordenador da campanha presidencial de Bolsonaro, ele rompeu com o presidente depois de denúncias de candidaturas laranja no PSL, partido que chegou a presidir. Desde então, tornou-se crítico ao bolsonarismo e disse, em mais de uma ocasião, que teria segredos a revelar sobre as eleições de 2018.