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Áudio atribuído a ministro da Infraestrutura inflama caminhoneiros na véspera da greve

Chefe da pasta teria classificado movimento como “errático” e disse que o governo não aceita conversar com a categoria parada

atualizado

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Divulgação/Agência Brasil
Caminhoneiros
1 de 1 Caminhoneiros - Foto: Divulgação/Agência Brasil

Áudios atribuídos ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, serviram para inflamar caminhoneiros de todo país que planejam paralisar os trabalhos a partir desta segunda-feira (1º/2). Trata-se de uma suposta conversa do chefe da pasta com representantes da categoria na tentativa de frear o movimento grevista.

Em uma das conversas, o ministro teria dito ao interlocutor: “Eu jÁ dei a pauta do que nós estamos fazendo. É a que nós temos, eu não vou botar em público porque eu não vou dar palanque para quem está querendo fazer greve”, diz a gravação.

A conversa teria ocorrido no sábado (30/1) com um representante que se identifica como vice-presidente da Associação de Caminhoneiros da cidade gaúcha de Capão da Canoa.

Na conversa, Tarcísio teria criticado o movimento e apontado que o governo já estaria fazendo a sua parte para melhorar o preço do combustível.

“Esse tipo de procedimento é errático. Achar que tem que fazer uma paralisação para conversar? Esquece. Na verdade, a paralisação fecha portas. Enquanto tiver com paralisação, eu não converso com ninguém”.

Em outro áudio, o ministro teria apontado as propostas de reforma tributária que está no Congresso como ações do governo para diminuir o preço dos combustíveis. “O que pode ser feito na questão do combustível está sendo feito”.

Outros trechos são apontados por caminhoneiros como deboche. Eles reclamam que o ministro teria dito que eles precisam “desmamar” do governo e começar a “pensar como empresários”.

Na gravação, a voz atribuída a Tarcísio de Freitas aponta o argumento de que há, no momento, obstáculos econômicos agravados pela ação de prefeitos e governadores que “fecharam tudo” durante a pandemia.

Redução de impostos

Na pauta de reivindicares dos caminhoneiros está a redução de impostos para derivados de petróleo e para itens de manutenção. Eles também pedem fiscalização e cumprimento da tabela de piso mínimo do frete rodoviário e gratuidade dos pedágios.

A equipe econômica chegou a sentar com entidades que não apoiam o movimento e que trabalhavam para que a greve não ocorresse e a colocar alternativas como a de limitar a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros com valor mais alto, como os SUVs, para pessoas com deficiência e acabar com renúncias tributárias para o setor petroquímico.

As duas medidas teriam como objetivo garantir receita de R$ 2 bilhões aos cofres públicos e compensar a perda na arrecadação com eventual redução do PIS/Cofins sobre o diesel, como forma de atenuar efeitos do aumento no preço do combustível.

A paralisação tem o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), filiada à CUT, do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e do Sindicato das Indústrias de Petróleo.

O Metrópoles pediu uma resposta da pasta sobre a autenticidade da gravação e aguarda resposta.

Confira os áudios que circulam nos grupos de caminhoneiros:

Audio 1

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