Manifestações contra Bolsonaro focam impeachment, pandemia e alta de preços
Atos em diversas cidades do país contaram com participação de presidenciáveis, como Ciro Gomes, Haddad e Boulos
atualizado
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Manifestações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram registradas, ao longo deste sábado (2/10), em diversas cidades do país.
Milhares de manifestantes pediram o impeachment do chefe do Executivo federal, protestaram contra a alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis, e reforçaram a importância da vacinação contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Eles também criticaram a gestão do governo federal durante a pandemia. Até este sábado, cerca de 597 mil pessoas morreram devido à Covid-19 no país.
Os atos contaram com a participação de presidenciáveis, como o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos (PSol).
Houve cobranças também ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Mais de 130 pedidos de impeachment contra Bolsonaro estão parados na mesa do parlamentar alagoano, o único, por ser presidente da Câmara, que pode autorizar a abertura do processo.
O Rio de Janeiro foi uma das primeiras capitais a iniciar as manifestações contra o governo federal. Às 10h, um grupo se reuniu e seguiu pela Avenida Rio Branco. Em frente à Câmara dos Vereadores, um palco foi montado, onde líderes de sindicatos e de partidos da oposição ao governo discursaram pelo impeachment de Bolsonaro.
O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, participou da manifestação. O pedetista afirmou que é preciso “tirar Arthur Lira [PP-AL] da inércia” para que o processo de impeachment contra Bolsonaro avance na Câmara. Por ser o presidente da Casa Baixa, Lira é o único que pode dar início à tramitação dos pedidos.
Em Brasília, o público se concentrou para o início do ato entre o Museu Nacional e a Biblioteca Nacional. O ato começou por volta das 15h30. Os manifestantes inflaram um botijão de gás e um saco de arroz com críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e a Bolsonaro: “Gaste mais, coma menos”. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial do país saltou 0,87% em agosto, maior alta para o mês em 21 anos.
O entorno do Museu de Arte de São Paulo (MASP), em São Paulo, ficou repleto de manifestantes pedindo o impeachment de Jair Bolsonaro, neste sábado (2/10). No entanto, nos demais quarteirões da Avenida Paulista o público do ato da oposição do presidente da República era muito menos denso. Tanto que de acordo com a Secretaria de Segurança apenas oito mil pessoas participaram da manifestação. Em 7 de setembro, quando os apoiadores de Bolsonaro se reuniram no local o público estimado pelo órgão estadual foi de 125 mil pessoas.
No principal carro de som do ato deste sábado (2/9), discursaram políticos como Fernando Haddad, do PT, e Guilherme Boulos, do PSOL, que foram candidatos à Presidência da República. Ciro Gomes também esteve no palanque, mas, diferentemente da postura que adotou no Rio de Janeiro, não falou.
Apesar dos esforços para se manter unida e com o discurso focado no “Fora Bolsonaro”, a esquerda não conseguiu conquistar a adesão das siglas e movimentos da centro-direita. Em São Paulo, o ato reuniu cerca de oito mil pessoas, de acordo com a Secretaria de Segurança. Em 7 de setembro, quando os apoiadores de Bolsonaro se manifestaram na Avenida Paulista, o público estimado pelo órgão estadual foi de 125 mil pessoas.
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi ao ato realizado na capital paulista. Melhor colocado nas pesquisas de intenção de voto, o político do PT tem se mantido distante para que o “Fora Bolsonaro” não se confunda com o “Lula em 2022”.
Em Goiânia, o ato contra Bolsonaro reuniu centenas de pessoas na região central da capital. A concentração começou na Praça do Trabalhador, no início da manhã, e o grupo de manifestantes se deslocou por algumas vias até o Teatro Goiânia.
As pessoas usavam camisetas com frases contra o presidente, fantasias, levavam cartazes, gritavam palavras de ordem e algumas faziam apresentações teatrais. Teve personagem vestido de Bolsonaro e figuras representando demônios e paciente da Prevent Senior, operadora de saúde acusada de tratar doentes com cloroquina e ocultar mortes por Covid.
Leia aqui detalhes sobre os atos realizados em outras capitais e cidades Brasil afora.