DF: Apesar de coronavírus, ato pró-Bolsonaro atrai manifestantes
Público foi reduzido, contudo, pelo medo do novo vírus e o pedido do próprio presidente para que os apoiadores “repensassem” ato
atualizado
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A preocupação com o novo coronavírus e o pedido do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que os apoiadores “repensassem” o ato deste domingo (15/03), reduziu a adesão, mas não impediu que manifestantes comparecessem na região da Esplanada dos ministérios, em Brasília.
Eles se reuniram nas proximidades do Congresso em ato de apoio em manifestação marcada para 10 horas e que atraiu inicialmente cerca de 300 pessoas, com passeata atrás de um trio elétrico. Ao longo da manhã, contudo, o protesto ganhou corpo e apoio de carreata, levando algumas milhares de pessoas à Esplanada.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) não fará levantamento de estimativa de público, conforme informado ao Metrópoles.
Além das mensagens em apoio a Bolsonaro, os cartazes criticavam o Congresso Nacional e o Judiciário, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF).
Grande parte dos cartazes faziam alusão ao chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, gravado pedindo um “foda-se” ao Congresso, a quem acusa de chantagear o governo — o episódio marcou a escalada mais recente crise entre o parlamento e o Palácio do Planalto, envolvendo o orçamento impositivo.
“Contra o vírus do STF e do Congresso, álcool gel e fogo. Foda-se”, pediam, em cartazes, alguns dos manifestantes. “Rodrigo Maia e Alcolumbre, façam o seu dever de casa, nós somos os seus patrões. Se não… rua”, destacava outra placa.
No início da passeata, a única parlamentar presente à manifestação foi a deputada Bia Kicis (PSL-DF), que foi uma das organizadoras do protesto. Nesta semana, frente à declaração de pandemia do coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a instituição de medidas por parte de governadores par conter a disseminação, ela chegou a recomendar que, por motivos de saúde, a população não comparecesse, mas recuou depois que bolsonaristas começaram um movimento para manter os atos, ainda que sob o risco da doença viral.
Histórico
O ato foi convocado após o ministr0-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, dizer que o Congresso estaria fazendo “chantagem” com o governo por causa do orçamento impositivo, que seria controlado pelos parlamentares.
Na sequência, ele pregou um “foda-se” ao Parlamento. Os apoiadores do presidente, a partir de então, passaram a convocar uma manifestação que, além de defender Bolsonaro, tinha bandeiras a favor do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente, em determinado momento, apoiou os atos dizendo que eles eram “espontâneos” e que político não podia ter “medo da rua”. Na sequência, ele voltou atrás por causa da expansão do coronavírus no Brasil.