Ato por Lula livre e em apoio a Dilma precede exibição de O Processo
Ao todo, 619 pessoas compraram ingressos para a pré-estreia em Brasília do filme sobre impeachment, mas 800 participaram da manifestação
atualizado
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Antes da pré-estreia em Brasília de O Processo, filme sobre os bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, militantes do PT deram início a um ato contra a destituição da petista e também em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava Jato e preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
De acordo com os organizadores, cerca de 800 pessoas passaram pelo estacionamento do Cine Brasília, local de exibição do filme na noite desta quarta-feira (9/5), durante a manifestação. O ex-deputado federal pelo Distrito Federal Geraldo Magela, também participou do ato, antes de entrar na sala de exibição para assistir ao documentário. “Vim em solidariedade à ex-presidente Dilma, por ter sofrido um golpe, e ao Lula, que está preso”, disse. “Hoje, está claro para a sociedade o que foi o impeachment. Houve golpe político e contra direitos sociais, contra a democracia e contra os trabalhadores. O filme é um registro histórico importante”, destacou.
Ao chegar à sessão no Cine Brasília, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que também é advogado de defesa de Dilma e teve importante papel na negociação da apresentação de Lula à PF, contou já ter assistido ao documentário em São Paulo, mas decidiu prestigiar a pré-estreia na capital federal.
“O filme é um relato fiel em relação ao processo de impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff. Nada melhor para explicar o que aconteceu! Esse é um registro histórico. Deixará marca na história sobre uma situação de rompimento que nunca mais deve ocorrer na no país”, afirmou. “Fora Temer, viva Lula!”, gritou Cardozo junto com a militância, antes de seguir para a sala de exibição.
A presidente do PT-DF, Erika Kokay, espera que, a partir da obra, todos os brasileiros tenham conhecimento do processo de destituição de Dilma Rousseff. “Este país está vivendo uma ruptura democrática. Nós continuamos resistindo a esse golpe, que rasga carteiras de trabalho e faz o Brasil voltar à fome de direitos”, declarou a deputada federal. “Golpistas não passarão!”, gritou aos militantes.
A parlamentar reforçou a candidatura de Lula à Presidência da República. O Partido dos Trabalhadores insiste em seu nome para a disputa presidencial deste ano, mas o político, após ser condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP), tornou-se automaticamente inelegível, de acordo com os critérios da Lei da Ficha Limpa. “O Lula é o candidato do Brasil e não só do PT. Ele é a esperança do povo brasileiro. Sua prisão é um atentado à democracia. Não há crime sem provas”, ressaltou a presidente do PT-DF.
Perda de foro
A deputada também falou sobre inquérito contra ela remetido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nessa terça (8/5), ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) – uma consequência do julgamento realizado na semana passada pelo Supremo, que decidiu só manter no STF ações relacionadas a crimes cometidos por parlamentares durante o exercício do mandato e a ele relacionados.
No caso de Erika Kokay, a acusação por supostos desvios de verbas do Sindicato dos Bancários de Brasília é de 2003, cinco anos após a petista ter deixado a presidência da entidade sindical – a ação passou à apreciação do STF após ela ser eleita, em 2010, para o seu primeiro mandato de deputada federal.
“Não há denúncia. Há um inquérito que deve ser arquivado, pois o dono da ação, o Ministério Público, pediu o arquivamento. Não sei em qual instância isso ocorrerá. O importante é que o arquivamento deve acontecer”, disse.
Sessão concorrida
Ao todo, 619 pessoas compraram ingressos para a pré-estreia do filme. A maioria do público era formada por militantes: o ato que precedeu a exibição do documentário foi organizado pela Frente Ampla da Democracia, com PT, PSol, PCdoB e PDT. Em vários momentos durante a sessão, os espectadores gritavam “Lula livre!”, dentro do cinema.
A diretora de O Processo, Maria Augusta Ramos, comprometeu-se a falar com os militantes após a exibição. Confira aqui a crítica do filme.
Participaram ainda os senadores Lindbergh Farias (RJ), Jorge Viana (AC) e Fátima Bezerra (RN), além do ex-ministro Gilberto Carvalho. Ao final da exibição do filme, a plateia aplaudiu de pé, enquanto gritava frases de ordem como Dilma, guerreira; partido, partido é dos trabalhadores e Lula livre.
Confira fotos e vídeo: