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Associações de imprensa repudiam ataque contra Vera Magalhães

As entidades defendem “respeito à democracia” e pedem que o deputado estadual de SP Douglas Garcia seja responsabilizado

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Discussão entre a jornalista Vera Magalhães e o deputado estado Douglas Garcia durante debate
1 de 1 Discussão entre a jornalista Vera Magalhães e o deputado estado Douglas Garcia durante debate - Foto: Reprodução/Twitter

Associações e sindicatos de jornalistas manifestaram solidariedade à jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, e repudiaram o ataque feito pelo deputado estadual Douglas Garcia na noite de terça-feira (13/9). As entidades pedem “respeito à democracia”.

Em texto publicado no portal da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a organização afirma que os ataques sofridos pela jornalista “representam não só uma violência contra todas as mulheres e contra toda a categoria dos jornalistas, mas também mais um grave atentado à democracia em nosso país”.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) declarou solidariedade a Vera Magalhães e defende que atos de truculência contra jornalistas não podem ser nornalizados. “Durante os últimos quatro anos, jornalistas, especialmente mulheres, foram alvo do presidente e de seus aliados”, diz em nota.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) também se manifestaram em defesa de Vera Magalhães.

As entidades emitiram uma nota conjunta, alegando que “a tentativa de constranger o livre trabalho da jornalista é uma inaceitável agressão à liberdade de imprensa”, e cobraram a responsabilização do deputado estadual.

Entenda

Um debate para o governo de São Paulo, realizado na noite de terça-feira (13/9), acabou marcado por mais um ataque à jornalista Vera Magalhães.

Na imagem, é possível ver e ouvir que Magalhães e Garcia gravam as cenas com celulares e discutem. O deputado a acusa falsamente de receber R$ 500 mil anuais de salário da TV Cultura, quando, na verdade, a própria emissora divulgou o valor de R$ 22 mil mensais.

Garcia repete diversas vezes uma frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em um debate para a Presidência da República: “A senhora é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. Magalhães, que teve de sair escoltada por seguranças do local, repete que já publicou o contracheque, mas o parlamentar nega. Em alguns momentos, o deputado diz que está sendo agredido pela jornalista.

Na madrugada desta quarta-feira (14/9), Vera Magalhães publicou vídeo em que diz ter sido “agredida” por Garcia.

“Eu estava sentada na primeira fileira do debate, local destinado aos jornalistas que iriam fazer perguntas aos candidatos, quando esse senhor se ajoelhou na minha frente, começou a me filmar sem que eu percebesse, me xingar de ‘vergonha do jornalismo’, reproduzindo a fala do presidente Jair Bolsonaro no outro debate, dizendo que eu ganho R$ 500 mil por ano, quando isso não é verdade”, disse.

A profissional repete que o salário é de R$ 22 mil, que o contrato é público e o deputado tem acesso.

“Ele veio mentir novamente, me acossar, me intimidar, achar que com isso vai me calar, vai me deixar ter medo. Isso não é aceitável. O Brasil é uma democracia. Uma democracia pressupõe imprensa livre”, afirmou Magalhães.

A jornalista também lembrou da pergunta feita ao candidato Ciro Gomes no outro debate, em que o presidente teria aproveitado para, segundo ela, a agredir: “Desde então, eu estou sofrendo ataques violentos e virulentos de uma base do bolsonarista autorizada pelo presidente da República. Porque ele me atacou, e essa base se sente autorizada a repetir os ataques”.

A confusão no debate só terminou quando o diretor de redação da TV Cultura, Leão Serva, tomou o celular do deputado. Em vídeo, o profissional afirmou que agiu desse modo porque o deputado Garcia “já tem uma prática de perseguição” e assédio em relação a Vera Magalhães.

“Ele (Garcia) veio aqui, visivelmente, com a intenção de, como eles dizem, ‘lacrar’”, continuou Serva.

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