Associação Brasileira de Imprensa pede impeachment de Pazuello por crime de responsabilidade
Órgão de classe alega que o ministro “dá repetidas demonstrações de incompetência, ineficiência e incapacidade”
atualizado
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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) entrou com um pedido de impeachment contra o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, alegando que ele cometeu crime de responsabilidade durante a pandemia do coronavírus e, por isso, não deve seguir na função pública.
O pedido foi enviado para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e acusa Pazuello de cometer “práticas delituosas, que afrontam a Constituição Federal. Em especial, o artigo 196, que afirma ser a saúde direito de todos e dever do Estado”.
“O ministro Eduardo Pazuello dá repetidas demonstrações de incompetência, ineficiência e incapacidade para desempenhar as tarefas de seu cargo. Não só não providenciou as imprescindíveis vacinas, como negligenciou até mesmo a aquisição de simples seringas para aplicá-las”, diz um trecho do comunicado, assinado pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo.
A ABI aproveitou para criticar o ministro, definindo-o como “complacente” com o “uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, tais como a hidroxicloroquina, a cloroquina, a ivermectina e azitromicina”.
No comunicado, a associação citou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e citou a postura dele, que minimiza a gravidade da pandemia da Covid-19 em território brasileiro.
“Ainda que seu superior hierárquico, o presidente da República, inegavelmente tenha enorme responsabilidade nos desmandos, o ministro não pode escudar-se nesse fato para se abster de tomar as providências básicas que a função requer. É inaceitável a justificativa apresentada por Pazuello para não cumprir obrigações básicas. Ao afirmar que ‘um manda, o outro obedece’, o ministro lava as mãos e abdica de suas obrigações como ministro”, analisou a ABI.
O pedido de impeachment pode ser analisado por Maia. Além de tirar Pazuello do cargo, a ABI também pede que ele seja afastado por até cinco anos para o exercício de qualquer função pública.