Às vésperas da CPI, ex-chanceler nega ter ocorrido “crise de vacinas”
Para Ernesto Araújo, houve “armação de uma falsa narrativa” para tentar “extinguir a chama transformadora e popular do governo”
atualizado
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Às vésperas da instalação da CPI da Covid-19, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reivindicou os louros da criticada vacinação contra Covid-19 no Brasil e disse que “nunca houve uma crise de vacinas”.
Na avaliação do ex-chanceler, o que houve foi uma “armação de uma falsa narrativa” para tentar “extinguir a chama transformadora e popular do governo”, argumentou Araújo em postagem em suas redes sociais.
Araújo é um dos alvos da CPI que pretende investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da Covid-19. A previsão é de que a comissão seja instalada nesta semana.
Araújo fez uma série de publicações no Twitter sobre suas ações à frente do Itamaraty em relação a importação de imunizantes, na esteira do postagem da Secretaria de Comunicação da Presidência sobre a distribuição de mais de 50 milhões de imunizantes pelo país.
Segundo Araújo, todas essas doses foram adquiridas durante a gestão dele e do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
O ex-chanceler citou os impasses envolvendo a China, a Índia e os Estados Unidos e disse que sua atuação “não foi empecilho para nada”.
12)Nunca houve uma crise de vacinas. A política externa que conduzi jamais acarretou problemas à vacinação. O que houve foi a armação de uma falsa narrativa, como parte da tentativa de extinguir a chama transformadora e popular do governo e retirar o MRE desse projeto.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) April 18, 2021
O ex-chanceler, durante sua gestão, foi alvo de críticas por parte de empresários e parlamentares por sua atuação. As críticas referiram-se sobretudo quanto a subserviência aos Estados Unidos e as críticas à China.
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pressionaram o presidente Jair Bolsonaro pela troca do ministro.
A exposição de uma conversa com a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, selou a demissão.
Carlos França, que assumiu o Itamaraty, defende a “diplomacia da saúde”, em contraste com o discurso do antecessor.