Artistas e intelectuais criam manifesto contra impeachment
No texto, os autores afirmam que, no desenho atual, o impedimento é uma ameaça à democracia
atualizado
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O cantor Chico Buarque, o ator Wagner Moura, o intelectual Leonardo Boff e os jornalistas Fernando Morais e Eric Nepomuceno se juntaram para fazer o manifesto “Cultura pela Democracia” como forma de mobilizar artistas, trabalhadores das artes e a sociedade contra o processo de impeachment da presidente Dilma Roussef em andamento no Congresso Nacional. A mobilização foi lançada nesta quinta-feira (7) na plataforma Change.org.
No texto, os autores afirmam que, no desenho atual, o impedimento presidencial é uma ameaça à democracia brasileira. “Uma democracia ainda incompleta, é verdade, mas que soube, nos últimos anos, avançar de maneira decidida na luta contra as desigualdades e injustiças, na conquista de mais espaço de liberdade, na eterna tentativa de transformar este nosso país na casa de todos e não na dos poucos privilegiados de sempre”, escrevem.
Ao levantar os argumentos contra o impeachment, os criadores do manifesto chegam a definir o processo como um mecanismo de golpe. “E é precisamente por isso, pelo respeito à Constituição, escudo maior da democracia, que seu uso indevido e irresponsável se constitui em um golpe branco, um golpe institucional, mas sempre um golpe. Quando não há base alguma para a sua aplicação, o que existe é um golpe de Estado”, completam.
O pedido de impeachment recebeu, nesta semana, parecer favorável do relator da comissão especial do impeachment da Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), e está previsto para ser ser votado no colegiado na próxima segunda-feira (11).