Arthur Weintraub reclama de ser investigado sem ser ouvido por CPI
O ex-assessor da Presidência mora nos Estados Unidos e é apontado como integrante de um “assessoramento paralelo” do governo na pandemia
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-assessor especial da Presidência da República Arthur Weintraub usou as redes sociais para reclamar de ter sido incluído no rol de investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, sem sequer ter sido ouvido pelo colegiado.
A decisão de arrolar o ex-assessor, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, foi tomada pelo grupo que coordena os trabalhos da CPI, o chamado G7, e atende à linha que deve seguir o relatório a ser apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) ao fim dos trabalhos.
Veja o post:
Estado democrático de direito…Não fui sequer ouvido, e já sou investigado! Não tenho nada a esconder, só a mostrar. Aparentemente já me condenaram. JAMAIS TIVE NENHUM PROCESSO CRIMINAL CONTRA MIM. E quem me acusa, quantos tiveram? Não quero sofrer o mesmo que Oswaldo Eustáquio! pic.twitter.com/3ALV1hUQw3
— Arthur Weintraub (@ArthurWeint) June 18, 2021
O ex-assessor chegou a ser convocado pela comissão em 26 de maio, mas, até hoje, sua oitiva não tem previsão de data. Com o empresário Carlos Wizard, ele é apontado como integrantes de um suposto “assessoramento paralelo e extraoficial” do governo sobre assuntos da pandemia.
Arthur Weintraub trabalha na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nos Estados Unidos, desde o fim do ano passado.
Além dele, 13 pessoas foram incluídas na lista de investigadas, apresentada nesta sexta-feira (18/6).
A reclassificação dos depoentes, de testemunhas para investigados, é uma atribuição do relator e precisa ser levada para discussão do plenário da comissão.
A manobra permite ainda que os citados constem na lista de indiciados pela comissão, ao fim dos depoimentos, quando uma denúncia deverá ser feita ao Ministério Público. Na condição de investigados, a CPI poderá também aprovar quebra de sigilos e operações de busca e apreensão.
Confira quais os nomes que passaram a ser classificados como investigados:
- Marcelo Queiroga (ministro da Saúde);
- Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde);
- Ernesto Araújo (ex-ministro de Relações Exteriores);
- Fabio Wajngarten (ex-secretário de Comunicação Social);
- Mayra Pinheiro (secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde);
- Nise Yamaguchi (médica defensora da cloroquina);
- Paolo Zanotto (médico defensor da cloroquina);
- Carlos Wizard (empresário que aconselhou Pazuello);
- Arthur Weintraub (ex-assessor especial da Presidência da República);
- Francieli Fantinato (coordenadora do Programa Nacional de Imunização);
- Marcellus Campêlo (ex-secretário de Saúde do Amazonas);
- Elcio Franco (ex-secretário executivo do Ministério da Saúde);
- Elio Angotti Neto (secretário do Ministério da Saúde);
- Luciano Dias Azevedo (tenente-médico que preparou minuta para mudar bula da cloroquina).