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Arthur Lira: “Ninguém é obrigado a cumprir decisões inconstitucionais”

O presidente da Câmara voltou a adotar uma postura apaziguadora e disse que “decisões judiciais corretas devem ser cumpridas”

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, faz pronunciamento à imprensa, no Salão Verde da Câmara dos Deputados
1 de 1 O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, faz pronunciamento à imprensa, no Salão Verde da Câmara dos Deputados - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Ao ser questionado nesta quinta-feira (9/9) sobre a fala do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, condenando a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que “ninguém é obrigado a cumprir decisões inconstitucionais”. Segundo ele, apenas as determinações judiciais “corretas” devem ser cumpridas, “mesmo que se recorra delas”.

“Essa é uma análise que o STF teve da fala [do presidente], assim como existem outras análises, e nós vamos esperar para ver os acontecimentos”, declarou. “A princípio, a assessoria jurídica está observando a fala na íntegra. Já temos alguns posicionamentos que falam que decisões inconstitucionais ninguém é obrigado a cumprir”, destacou Lira, antes de dar início à sessão da Câmara destinada a votar o novo Código Eleitoral.

“Uma decisão correta da Justiça [é] lógico que todos temos a obrigação de cumprir. Decisão da Justiça, já se diz, se cumpre. Se recorre, mas se cumpre”, afirmou o presidente da Casa Baixa.

Veja:

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Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira chega ao Congresso e, após falar com a imprensa na chapelaria, segue para o plenário da Câmara
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira chega ao Congresso e, após falar com à imprensa na chapelaria, segue para o Plenário da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, faz pronunciamento à imprensa, no Salão Verde da Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)
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O deputado federal Arthur Maia e o presidente da Câmara, Arthur Lira, conversam sobre texto da reforma administrativa

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Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira chega ao Congresso e, após falar com a imprensa na chapelaria, segue para o plenário da Câmara

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Paulo Guedes entrega reforma tributária a Arthur Lira

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Jair Bolsonaro e Arthur Lira durante agenda em Alagoas

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Impeachment

A postura apaziguadora de Lira, após as manifestações, tem sido alvo de críticas de partidos de oposição e até mesmo de centro. Algumas siglas pressionam o presidente da Câmara a iniciar a tramitação do impeachment de Bolsonaro.

Essas legendas dizem que houve crime de responsabilidade quando o chefe do Executivo declarou que não cumprirá decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do processo que apura a divulgação de notícias falsas e ataques a instituições, e que tem o próprio presidente e seus apoiadores como investigados.

Segundo o cientista político Márcio Coimbra, trata-se de “desobediência civil“. “O presidente, como qualquer cidadão, tem de respeitar qualquer decisão judicial. As prerrogativas de um presidente da República não incluem inimputabilidade, não há salvo-conduto. Se ele assim fizer, incorrerá em crime de responsabilidade”, explica Coimbra. Ao Supremo Tribunal Federal cabe julgar a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades dos Poderes.

“Não existe ‘decisão de Alexandre de Moraes’, existe decisão judicial. Ele [Alexandre de Moraes] decide pelo Supremo. Legalmente, essas decisões estão sujeitas a recurso, caso a defesa não concorde. O presidente da República não pode filtrar as decisões que vai, ou não, cumprir”, diz o cientista político.

Mais uma vez, Lira descartou a abertura de um processo de impedimento contra Bolsonaro e disse que seu partido, o PP, não colocou o assunto na pauta de discussão.

Lira voltou a elogiar os protestos, considerados pela oposição como antidemocráticos. “O Sete de Setembro ficou. Eu queria, mais uma vez, parabenizar a população brasileira que foi para as ruas, mais uma vez, de maneira muito ordeira”, ressaltou. “Nós estamos acostumados a manifestações desde 2013. Que venham, porque a população tem o direito de ir para as ruas”, pontuou.

O presidente da Câmara afirmou que os protestos terão que ser compreendidos pelas autoridades da República para que os Três Poderes “possam encontrar um caminho para governar o país”.

Arthur Lira enfatizou ainda que a Câmara vai continuar a tramitação das reformas econômicas, alinhadas às propostas de campanha apresentadas em 2018.

 

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