Araújo nega que atraso de insumos da vacina da China seja por questões políticas
O chanceler participou de uma “reunião informal” com membros da Comissão Externa da Câmra sobre a Covid-19
atualizado
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Pressionado, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, negou, nesta quarta-feira (20/1), que problemas políticos tenham atrasado o envio de insumos e de vacinas contra a Covid-19 da China para o Brasil. O chanceler participou de uma “reunião informal” com membros da Comissão Externa da Câmara dos Deputados para debater o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Oficialmente, o Congresso Nacional está em recesso até dia 1° de fevereiro.
Segundo parlamentares, Araújo disse que não havia qualquer problema político com o país asiático, mas de demanda, e que, desde dezembro, o governo está em comunicação diária com a China. Embora não trate a situação como um problema, o ministro afirmou que o Brasil está trabalhando em diferentes frentes para resolver a situação, mas não deu qualquer prazo sobre a chegada dos insumos chineses – tampouco sobre as 2 milhões de vacinas da Índia.
O chanceler tem sido alvo de críticas pela falta de canal de diálogo com a China em um momento crucial para a campanha de vacinação no país, com o atraso da chegada dos Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFA) necessários para a produção de vacinas.
Diante do impasse e da tensão entre os governos brasileiro e chinês, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniu, na manhã desta quarta-feira, com o embaixador chinês, Yang Wanming. O parlamentar também disse que, segundo o diplomata, o problema da demora se dá por questões técnicas.
Contudo, Maia criticou a falta de diálogo do governo brasileiro com a China. Na ocasião, o parlamentar disse que a embaixada chinesa ainda não havia sido procurada para tratar da questão dos insumos.
A demora na chegada dos insumos ameaça a fabricação da Coronavac pelo Instituto Butantan e do imunizante de Oxford/Astrazeneca, que será produzido pela Fiocruz.
As relações entre Brasil e China estão minadas pela postura do governo brasileiro, que proibiu seus ministros de receber Wanming, e por membros do governo ou familiares do presidente criticarem aberta e reiteradas vezes o países asiático, associando-o ao vírus ou a uma ditadura.