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Aras viaja ao AM para discutir reforço da atuação estatal na região

Procurador-Geral da República estará no estado em que jornalista e indigenista foram assassinados para se reunir com autoridades locais

atualizado

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Augusto Aras, procurador-geral da República
1 de 1 Augusto Aras, procurador-geral da República - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai, neste domingo (19/6), à cidade de Tabatinga (AM) para uma série de reuniões com autoridades locais para discutir medidas conjuntas de reforço da presença e atuação estatal na região.

A viagem ocorre dias após serem encontrados os restos mortais do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, assassinados na terra indígena Vale do Javari.

Segundo a PGR, o objetivo da agenda é discutir medidas e ações de restruturação da atuação institucional na região amazônica, bem como ampliar a articulação do MPF com outros órgãos públicos com vistas ao combate à macrocriminalidade e ao enfrentamento de violações aos direitos indígenas, direitos humanos e outros crimes registrados na região.

Serão realizadas reuniões com membros do Ministério Público Federal (MPF) lotados em Tabatinga e no estado, com representantes do Exército, Polícia Federal (PF), Fundação Nacional do Índio (Funai) e outras instituições.

O PGR e os demais membros do MPF também vão conversar com as autoridades responsáveis pela investigação do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, para acompanhar os desdobramentos do caso.

Irão acompanhar o procurador-geral os coordenadores das câmaras de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais e Criminal do Ministério Público Federal, Eliana Torelly e Carlos Frederico, respectivamente, o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, e outros integrantes da Administração Superior do MPF.

Após os encontros, às 14h (horário previsto), está prevista uma declaração à imprensa pelas autoridades do MPF.

Dom e Bruno

Os restos mortais do jornalista e do indigenista foram encontrados no local onde estavam sendo feitas as escavações, no Vale do Javari, no Amazonas, após confissão dos suspeitos. A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste sábado (18/6), um terceiro suspeito de envolvimento no crime: Jeferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha.

Phillips, 57, e Pereira, 41, desapareceram em 5 de junho, no final de uma curta viagem pelo rio Itaquaí. Pereira estava acompanhando Phillips em uma viagem de reportagem para um livro sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia, mas o barco não chegou conforme o programado em Atalaia do Norte.

O desaparecimento foi comunicado às autoridades e à imprensa pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Lideranças indígenas atuaram nas buscas ao lado das autoridades.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

Divulgação/Funai
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

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PF já apreendeu dois pescadores suspeitos de participar no desaparecimento

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Governo afirmou que faz buscas em meio aéreo, marítimo e terrestre

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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

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Na sexta-feira (17/6), a PF informou que as investigações sobre a morte do jornalista e do indigenista levantaram indicativos da participação de mais pessoas nos assassinatos. Entretanto, a corporação afirma que “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”.

A Univaja contestou a versão anunciada pela Polícia Federal de que não há mandante. “O requinte de crueldade utilizado na prática do crime evidenciam que Pereira e Phillips estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou a todo custo ocultar seus rastros durante a investigação”, frisou nessa sexta, em nota, a Univaja.

Para a entidade, o posicionamento da Polícia Federal “desconsidera as informações qualificadas” oferecidas pela associação.

Desde o segundo semestre de 2021, de acordo com a Univaja, ofícios apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes na reserva do Vale do Javari.

A Univaja afirma que os dois principais suspeitos de envolvimento no assassinato, os irmãos Pelado e Dos Santos, fazem parte desse grupo criminoso.

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