Aras: “Quero ser lembrado como aquele que não criminalizou a política”
Sem citar nomes, o procurador-geral da República tem feito reiteradas críticas a seus antecessores e à Operação Lava Jato
atualizado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou, nesta terça-feira (24/8), durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que quer ser lembrado como um procurador que restabeleceu a função constitucional e que não criminalizou a política.
“Quero ser lembrado como um procurador que restabeleceu a função constitucional, que cumpriu a Constituição e as leis; aquele que não criminalizou a política, mas que foi forte para tomar medidas amargas quando necessário. Não quero ser aquele que vai obstar o político, a economia, as religiões”, declarou Aras.
O procurador-geral tem feito reiteradas críticas à Operação Lava Jato e também a seus antecessores na PGR Raquel Dodge e Rodrigo Janot, sem citar os respectivos nomes.
Aras, que não constava na lista tríplice da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ser reconduzido ao cargo de procurador-geral da República, com mandato para o biênio 2021-2023. Ele ocupa o posto desde setembro de 2019.
O senador Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado, apresentou relatório favorável à recondução de Aras. Se aprovado na CCJ, o nome de Aras segue para ser analisado pelo plenário do Senado, onde necessita obter, ao menos, 41 votos.
Perfil
Nascido em Salvador, na Bahia, Antônio Augusto Brandão de Aras, de 62 anos, é doutor em direito constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em direito econômico pela Universidade Federal da Bahia e bacharel em direito pela Universidade Católica de Salvador. Ele ingressou no Ministério Público em 1987.