Aras pede informações à Abin e ao GSI sobre “ajuda” a Flávio Bolsonaro
O PGR afirmou à jornalistas que as suspeitas são graves, mas lembrou que ainda não há elementos que justifiquem uma investigação
atualizado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse, nesta terça-feira (15/12), que pediu informações à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre a suposta produção de relatórios para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Os relatórios seriam para anular o caso das “rachadinhas”.
Segundo reportagem da revista Época, a Abin teria produzido pelo menos dois relatórios de orientação para o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os documentos que permitissem embasar um pedido de anulação do caso.
O PGR afirmou que as suspeitas são graves, mas lembrou que ainda não há elementos que justifiquem uma investigação formal. “O fato em si narrado é grave, o que nós não temos são provas desses fatos. Nós não trabalhamos com narrativas. Nós trabalhamos com fatos e provas, por enquanto temos fatos transmitidos pela imprensa”, disse Aras à jornalistas.
Aras ainda comentou à imprensa que o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que notícias divulgadas pela mídia não são provas e que a PGR precisa encontrar elementos que baseiem uma investigação.
A PGR recebeu representação de mais de 50 deputados pedindo uma investigação sobre a eventual conduta de órgãos do governo para fins pessoal da defesa do senador: “Na verdade, nós recebemos somente ontem as representações do deputado Marcelo Freixo mais 50 deputados. Estas representações não trazem elementos materiais, trazem apenas notícias de jornal. O que significa dizer que o Ministério Público vai ter que fazer a investigação porque é evidente que, se a sociedade, se os representantes do povo podem nos fornecer elementos, o jornalismo”, disse.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o senador por um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na época em que ele ainda era deputado estadual. Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador, é suspeito de ter administrado o suposto esquema.