“Aqui qualquer coisa é impeachment. Deixa o cara governar, pô”, diz Mourão
Ao Estadão, vice-presidente disse também não identificar, hoje, nenhum adversário capaz de derrotar o presidente Jair Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
“Não vejo hoje que haja condição de prosperar qualquer pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro”, disse o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), em entrevista feita na sexta-feira (15/1) ao jornal Estadão, publicada neste domingo (17/1). “Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô!”
O general afirmou que não identifica um adversário claro contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas citou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) como uma força. Bolsonaro e Doria têm polarizado desde o início da pandemia, politizando, inclusive, a questão das vacinas contra a Covid-19.
“Hoje eu não vejo adversário para o presidente Bolsonaro. O que mais tem se destacado como concorrente é o governador Doria, mas eu julgo que o presidente continua vencendo. Talvez o pior opositor para nós mesmos seja não conseguir realizar o que temos de realizar”, declarou.
Na visão de Mourão, a colocação do apresentador Luciano Huck na política é “fogo de palha”. “Na hora H, sai fora”, avaliou.
Crise de saúde
Apesar do colapso do sistema de saúde em Manaus e do atraso na vacinação, Mourão ponderou que a condução da crise “talvez” tenha pecado por falta de comunicação e criticou o governador João Doria, que, para ele, acabou “metendo os pés pelas mãos” no caso da vacina Coronavac.
“Fomos muito criticados, mas o tratamento precoce impede que a pessoa adquira sintomas mais graves e vá para o hospital, independentemente de discutir se é o remédio A, B ou C. Talvez (pudesse ter tido) uma comunicação mais eficiente. Todo mundo diz que tal lugar começou a vacinar. Mas quantos se vacinaram nesses locais? O único país que realmente está em uma fase final de vacinação é Israel. Mas qual é a população de Israel? Menor que a da capital de São Paulo.”