“Aproveito a impopularidade para fazer o que o Brasil precisa”, diz presidente da República
Ressaltando o discurso de que a reforma da Previdência vai combater privilégios, Temer disse que a ideia é equiparar os setores
atualizado
Compartilhar notícia
No corpo a corpo pelo convencimento para aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano e longe dos 308 votos necessários, o presidente Michel Temer voltou a defender o tema e aproveitou a cerimônia de posse da diretoria-executiva da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para cobrar publicamente parlamentares que se dizem contra a reforma.
No início do discurso, Temer lembrou-se de reunião do Conselhão realizada logo que assumiu a presidência e fez questão de recorrer à fala do publicitário Nizan Guanaes, presente no evento, de que ele deveria valer-se da fama de impopular para efetuar as reformas. “E eu estou aproveitando a impopularidade para fazer o que o Brasil precisa”, disse.
Segundo o presidente, não há motivo para que os deputados não votem. “Quando você, deputado, senador, aprova ou desaprova um ato normativo, você expõe suas razões”, disse. “Quem vai votar contra a Previdência tem que ter uma razão”, completou.Temer exemplificou ponto a ponto o que chamou de inverdades em relação ao texto da reforma e explicou que a mudança da idade mínima será gradativa. “Quem diz que não vai votar porque ela prejudica os mais pobres, não é verdade”, destacou. “Há uma longa transição, então idade mínima não é argumento para votar contra a reforma”, esclareceu.
Segundo o presidente, “a única razão seria: bom, eu não voto a reforma porque ela alcança os servidores públicos que ganham mais de R$ 5 mil, que é o teto da Previdência”, pontuou.
Ressaltando o discurso de que a reforma vai combater privilégios, Temer alegou que a ideia é equiparar o setor público com o privado. O presidente enfatizou que, se aprovado o texto em trâmite na Câmara dos Deputados, o governo federal irá economizar, nos próximos dez anos, cerca de R$ 500 bilhões.