Aposentadoria de militares será debatida após reforma da Previdência
O projeto deve mudar as regras para Forças Armadas, PMs e bombeiros. Resistência dos militares tem adiado o debate
atualizado
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A discussão sobre a aposentadoria dos militares só ocorrerá depois da aprovação da reforma da Previdência, que já está em tramitação no Congresso Nacional, afirmou nesta quarta-feira (15/2) o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Se tudo ocorrer conforme a previsão do governo, o projeto que mudará as regras para Forças Armadas, PMs e bombeiros será enviado ao Legislativo somente no segundo semestre. Mas o jogo duro prometido pela oposição pode adiar ainda mais o prazo.
O relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA), previu que o período até junho será suficiente apenas para aprovar o texto que trata das regras gerais no plenário da Câmara, sem incluir o Senado como projeta o Palácio do Planalto. O governo chegou a prometer o envio do texto sobre os militares até o fim de março, quando o debate sobre a reforma mais ampla ainda estará em curso na comissão especial.
A mudança nas regras de aposentadoria para as Forças Armadas têm sido um dos principais focos de resistência. Os militares questionam números que o Executivo apresenta sobre o déficit desses servidores, que fechou em R$ 34 bilhões em 2016, de acordo com o Tesouro Nacional. Segundo técnicos, o debate com a categoria ainda está na fase de buscar conciliação em torno desse número — que o Ministério da Defesa diz ser bem menor ao excluir reservistas.
Padilha destacou que o objetivo do governo é colocar servidores, parlamentares e demais setores sob as mesmas premissas do regime geral. “A grande verdade que estamos buscando é fazer com que todos os brasileiros tenham as mesmas regras para a Previdência Social”.
O discurso de Padilha na audiência pública durou cerca de 20 minutos e focou nos efeitos positivos que a reforma terá sobre a confiança e sobre os índices econômicos. Lembrou que a confiança já está sendo retomada e que mudanças que apontam para a sustentabilidade do sistema previdenciário poderão inclusive contribuir para que o país recupere o grau de investimento, selo de bom pagador conferido por agências de risco.