Após ser citado na CPI, Flávio Dino rebate governista Marcos Rogério
Senador bolsonarista mostrou à CPI da Covid vídeo de governadores defendendo uso da cloroquina em abril de 2020
atualizado
Compartilhar notícia
Após o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) mostrar vídeo na CPI da Covid de governadores defendendo o uso da cloroquina em abril de 2020, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), reagiu à provocação no Twitter.
Na gravação, o governador diz que o medicamento sem comprovação de eficácia integra o tratamento hospitalar, sempre a critério dos profissionais de saúde.
No Twitter, Dino disse que há diferença entre um “gestor irresponsável que empurra remédios sem habilitação técnica” e outro que, na época da gravação, em 10 de abril do ano passado, “respeitava as orientações médicas. “A segunda atitude foi a minha”, escreveu.
O governador também chamou – sem citar o nome – o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que recomenda uso do medicamento, de “irresponsável”.
Em razão de debate na CPI do Senado, é muito fácil distinguir duas condutas: 1) a de um gestor irresponsável que empurra remédios sem habilitação técnica; 2) a de um gestor que disse, no dia 10 de abril de 2020, que respeitava as orientações médicas. A 2ª atitude foi a minha
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) May 20, 2021
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) criticou Rogério por se tratar de um vídeo antigo, quando ainda não se tinha comprovação de ineficácia, e, portanto, o governista estaria distorcendo os fatos. Em meio ao bate-boca, a sessão foi rapidamente suspensa.
A comissão ouve o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Antes deles, prestaram depoimento os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e o atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres também foram ouvidos.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.