Após se tornar ré, Gleisi afirma que vai provar sua inocência
A senadora é acusada de corrupção e lavagem de dinheiro, ela afirmou que recebeu a notícia com “profunda tristeza” e que irá provar a sua inocência
atualizado
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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou nesta terça-feira (27/9) durante entrevista no Senado, que recebeu com “profunda tristeza” a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal de torná-la ré na Operação Lava Jato, mas que, a partir desta nova fase do processo, ela terá a oportunidade de provar a sua inocência.
“Recebi com profunda tristeza a aceitação da denúncia contra mim e contra o Paulo (o ex-ministro Paulo Bernardo, seu marido). Mas em seu voto, o ministro relator Teori Zavascki coloca que não tem certeza dos fatos ocorridos, portanto me dá o benefício da dúvida, coisa que eu não tive até agora durante o processo”, disse.
A petista afirmou que a denúncia apresentada contra ela é muito frágil, porque é baseada apenas em delações premiadas e não em fatos. “A peça apresentada pela Procuradoria-Geral da República é uma peça muito adjetivada, muito ruim, que força muito a mão para tentar justificar o pedido de denúncia”, disse.
Ela também negou ter recebido R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobrás e afirmou não conhecer um dos delatores que citaram o seu nome em depoimentos, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. “Eu não recebi esse dinheiro, eu não conheço esses personagens e nunca estive com Paulo Roberto Costa”, disse.A decisão de aceitar a denúncia contra Gleisi e Paulo Bernardo foi unânime. Votaram por torná-la ré os cinco ministros que compõem a Segunda Turma: Teori, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Em seu voto, Teori afirmou haver “descrição clara dos fatos” e que o Ministério Público apresentou “elementos concretos” ao apresentar a denúncia.
Com a decisão, Gleisi se tornou a primeira senadora com mandato atualmente alvo de uma ação penal na Lava Jato. As investigações apontam que o dinheiro desviado da Petrobras foi usado para custear parte da campanha eleitoral da petista em 2010.