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Após deixar Exército, general Villas Bôas confirma ida para GSI

Ativo no Twitter, militar usou o microblog para anunciar ter sido convidado pelo presidente Bolsonaro para uma nova missão

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Durou poucas horas o afastamento do general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas do poder federal. Na manhã desta sexta-feira (11/1), o militar chorou ao passar o comando do Exército Brasileiro ao também general Edson Leal Pujol. “O senhor traz a necessária renovação e a liberação das amarras ideológicas que sequestraram o livre pensar”, disse ele ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), durante a solenidade de troca do comando do Exército. No início desta noite, Villas Bôas anunciou no Twitter que só mudou de endereço: agora, a convite de Bolsonaro, ele passa a dar expediente no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

Confira a postagem do general:

Presente no evento desta manhã, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, afirmou que Villas Bôas enfrentou instabilidade ao longo de sua gestão, o que teria colocado as instituições democráticas brasileiras à prova. “Ele conquistou respeito com as entregas certas nas horas certas. Seus maiores feitos foram o que conseguiu evitar, mantendo a ética. Fez do Exército solução e não parte do problema”, ponderou.

Mais cedo, na página oficial da instituição na internet, os militares publicaram texto sobre a “instabilidade política” que Villas Bôas teria enfrentado ao longo da sua gestão. “Em meio à turbulência, o general Villas Bôas foi a voz do Exército Brasileiro, deixando clara a percepção da crise ética vivida pelo país, mas ressaltando a importância da manutenção da estabilidade, da legalidade e da legitimidade, bem como a defesa da Constituição Federal”, diz trecho da publicação.

Carta do Exército
Em uma espécie de agradecimento ao trabalho de Villas Bôas, o Exército publicou em sua página na internet um texto enaltecendo a “firmeza” do dirigente ao longo de sua gestão e fez referência ao que chamou de “instabilidade política”, elemento com o qual o militar teve de lidar à frente das tropas.

A publicação diz que o general aliou “serenidade, característica de sua personalidade, à firmeza na ênfase do papel do Exército, definido na Constituição, especialmente nos momentos de instabilidade política e social”.

Nos quatro anos que Villas Bôas passou à frente do Exército, o Brasil enfrentou o ápice da Operação Lava Jato, a qual mostrou o envolvimento de boa parte da cúpula política do país em esquemas de corrupção, o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer na Presidência.

De acordo com o texto, o general teve papel “apaziguador” diante dessas crises sociais e políticas, classificadas pela corporação como “turbulência”.

“Em meio à turbulência, o general Villas Bôas foi a voz do Exército Brasileiro, deixando clara a percepção da crise ética vivida pelo país, mas ressaltando a importância da manutenção da estabilidade, da legalidade e da legitimidade, bem como a defesa da Constituição Federal”, diz trecho do texto.

Outro ponto ressaltado pelo Exército em relação à gestão do comandante foi a comunicação do general com as autoridades civis e veículos de imprensa, além do público em geral. O reconhecimento de toda essa trajetória, de acordo com a publicação, está visível nos comentários de internautas nas redes sociais. Villas Bôas é usuário assíduo dessas plataformas, sobretudo do Twitter, onde tem mais de 420 mil seguidores.

Por fim, o texto destaca a manutenção de ações operacionais mesmo num “contexto econômico desfavorável”. As intervenções federais nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Espírito Santo são apontadas como algumas das missões mantidas, mesmo com orçamento limitado, para a garantia da paz social.

Villas Bôas fez o discurso usando aparelho para respiração. Ele enfrenta um quadro de esclerose múltipla, uma doença degenerativa. A forma como o general lida com o delicado estado de saúde também foi citada pelo ministro Fernando Azevedo. “Transformou as dificuldades em oportunidades”, ressaltou. Agora, ele vai colaborar com o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno.

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