Após saída de Cardozo, secretários informam que entregarão cargos
O secretário nacional de Justiça e a chefe da Secretaria Nacional do Consumidor já informaram ao novo ministro, Wellington César Lima e Silva, que aguardam apenas a sua posse para se desligarem
atualizado
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Após a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça, outros dois nomes da equipe também entregarão os cargos O secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, e a chefe da Secretaria Nacional do Consumidor, Juliana Pereira da Silva, já informaram ao novo ministro, Wellington César Lima e Silva, que aguardam apenas a sua posse, nesta quinta-feira (3/3), para se desligarem dos cargos.
O nome mais cotado para a vaga de Vasconcelos é o do promotor de Justiça Paulo Modesto. Para o lugar de Juliana, o novo ministro também deve trazer um nome da Bahia, sua terra natal.
Todas as indicações na Justiça passam pelo crivo do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, responsável pela nomeação de Wellington César. Wagner nega interferência na Justiça e alega que as nomeações são de responsabilidade do ministro.
O ocupante da Secretaria de Justiça é uma espécie de primeiro-ministro da pasta. Os assuntos mais sensíveis passam por lá, como a política de imigração, o plano de redução de homicídios e a atribuição de coordenar ações de combate à lavagem de dinheiro e de recuperação de ativos ilícitos. A Secretaria do Consumidor, por sua vez, tem poder para aplicar multas milionárias em empresas que desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor.
Proximidade
Próximo à presidente Dilma Rousseff, Beto Vasconcelos estava no cargo desde fevereiro de 2015. O nome dele foi mencionado para o Ministério da Justiça numa das primeiras vezes em que Cardozo ensaiou deixar a Esplanada. Aos amigos, Vasconcelos disse que sua saída não tem relação com a do ex-chefe, mas com o fato de estar há 12 anos no serviço público. Antes de assumir a Secretaria de Justiça, ele ficou um ano na chefia de gabinete da Presidência da República e foi subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
Vasconcelos tem afirmado que se surpreendeu com a decisão de Cardozo e que pediu para deixar a secretaria antes mesmo de saber que o ministro sairia. Procurado pela reportagem, ele confirmou que está deixando o governo antes que a secretaria passe a acumular a coordenadoria da reforma do Judiciário.
A Secretaria da Reforma do Judiciário será extinta por causa do enxugamento imposto por Dilma. Vasconcelos consultará a Comissão de Ética Pública para saber se deve cumprir período de quarentena. Se houver essa determinação, seu objetivo é concluir estudos interrompidos por causa das atividades no governo. Depois, seguirá para o setor privado.
A secretária Juliana Pereira já avisou que está deixando o cargo por causa da saída de Cardozo, que, a partir desta quinta-feira, assumirá o comando da Advocacia Geral da União (AGU). Outro nome que também poderá ser substituído na equipe é o de Regina Mick, secretária nacional de Segurança Pública. Até agora, no entanto, Dilma resiste à saída de Mick.