Após rumores, ministro da Educação nega cobrança em universidades
Na próxima semana, duas reuniões com reitores de instituições federais serão realizadas. Professores e alunos temem diminuição de autonomia
atualizado
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Após uma convocação enviada pelo Ministério da Educação (MEC) a todos os reitores de universidades federais do país para uma reunião geral, o ministro Abraham Weintraub foi ao Twitter, na noite deste domingo (14/07/2019), comentar o assunto do encontro. O chefe da Pasta negou que o governo federal tenha intenção de anunciar, durante o evento, cobrança de mensalidade dos alunos que atualmente estudam nas universidades federais espalhadas pelo Brasil.
“Manteremos a situação atual, porém, a rápida deterioração das contas vista nos últimos anos será interrompida”, afirmou, na rede social. Ainda segundo Weintraub, “há avanços maiores e menos polêmicos que serão apresentados dia 17”. Veja o tuíte completo abaixo:
A graduação não será paga pelos alunos das federais. Manteremos a situação atual (pagadores de impostos), porém, a rápida deterioração das contas vista nos últimos anos será interrompida. Há avanços maiores e menos polêmicos que serão apresentados dia 17…não percam…?
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) 14 de julho de 2019
Neste sábado (13/07/2019), o Metrópoles mostrou que duas reuniões entre os reitores e MEC estão marcadas para os próximos dias. Na próxima terça-feira (16/07/2019), às 16h, na sede da pasta; e, no dia seguinte, quarta (17/07/2019), todos são esperados às 10h no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
No assunto, o convite, emitido em nome da Secretaria de Educação Superior (Sesu), registra apenas que será uma “reunião institucional”. O MEC, entretanto, prepara a apresentação de algo muito mais ambicioso do que indica a singela definição contida no convite.
A ideia é revelar aos chefes das instituições de ensino superior o planejamento da pasta para o futuro próximo, o que inclui, segundo fontes ligadas ao ministério, uma “reforma administrativa”, com direito a mudanças estruturais. Tudo, porém, está guardado sob grande sigilo e há apenas sugestões sobre o que virá.
“É um projeto muito grande de inovação, que envolve diversos ministérios, e o que se quer é não ter ruído, por isso estamos mantendo a sete chaves”, afirma, mantendo o mistério, um auxiliar próximo do ministro Abraham Weintraub.
Com a tensão existente entre o governo federal e as universidades desde a posse de Jair Bolsonaro, reitores temem que o que eles estão chamando de “pacote Weintraub” inclua tentativas de reduzir a autonomia garantida constitucionalmente às instituições de ensino, hoje constituídas como autarquias.