Após reunião com ministros, Lula define novas ações para Yanomamis
Entre as medidas adotadas pelo presidente Lula, está o bloqueio do transporte aéreo e fluvial que abastece garimpeiros em área Yanomami
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, na manhã desta segunda-feira (30/1), no Palácio do Planalto, com um corpo de ministros para definir novas metas imediatas sobre os povos Yanomamis, que enfrentam uma das maiores crises sanitárias no estado de Roraima.
Segundo nota enviada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Lula definiu novas ações emergenciais, que contarão com colaboração interministerial.
“As iniciativas visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos. As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região, buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças”, especifica o comunicado.
Reunião hoje para discutir a continuidade das ações emergenciais na Terra Yanomami. Vamos atuar firmemente e o mais rápido possível na assistência de saúde e alimentação ao povo Yanomami e no combate ao garimpo ilegal.
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/9nVthTU3aU
— Lula (@LulaOficial) January 30, 2023
Ainda fazem parte das ações: a assistência nutricional e de saúde ao povo Yanomami, com alimentos adequados; a garantia de segurança necessária para que equipes de saúde possam exercer suas atividades nas aldeias; e o provimento de água potável, por meio de poços artesianos ou cisternas, além da medição da contaminação por mercúrio nos rios e nas pessoas.
“O presidente determinou que todas essas ações sejam feitas no menor prazo, para estancar a mortandade e auxiliar as famílias Yanomami”, salienta a nota.
Participaram da reunião com o chefe do Executivo:
- ministro da Defesa, José Mucio;
- ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida;
- ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara;
- ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha;
- comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno;
- secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa; e
- futura presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), deputada federal Joenia Wapichana.
No domingo (29/1), foi enviada a Boa Vista, em Roraima, uma comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) para apurar as violações que ocorreram no estado, com foco na crise que afeta a terra indígena Yanomami, cuja população sofre com o avanço do garimpo ilegal. Foram registrados casos de desnutrição severa, malária e contaminação por mercúrio.
Saúde dos Yanomamis
Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Yanomamis, também em decorrência do garimpo ilegal, a população vive uma grande crise sanitária. Além de provocar assassinatos dos indígenas, a atividade ilegal ocasionou, nos últimos meses, diversas mortes por desnutrição.
A exploração do garimpo ilegal traz a incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde também contribui para o quadro. Pelo menos 570 crianças do povo Yanomami, segundo o Ministério dos Povos Indígenas, morreram em decorrência da contaminação por mercúrio e fome nos últimos quatro anos.
Em portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na sexta-feira (20/1), o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) em terras Yanomamis para tentar frear a crise.