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Após reunião com Bolsonaro, Guedes baixa o tom sobre MP da Previdência

Principal assessor econômico de Jair Bolsonaro agora diz que é preciso considerar “cálculo político” para aprovação da matéria neste ano

atualizado

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1 de 1 paulo guedes - Foto: YouTube/Reprodução

Depois de se reunir com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) nesta terça-feira (30/10) no Rio de Janeiro, o economista Paulo Guedes, provável titular do superministério da Economia, baixou o tom sobre a proposta da reforma da Previdência. Ele admitiu que, apesar da urgência em aprovar a matéria, é preciso considerar o “cálculo político” envolvido em sua tramitação pelo Congresso Nacional.

Após ser cobrado pelos investidores por sinalizações claras sobre os rumos da economia, Paulo Guedes, principal assessor econômico do presidente eleito Bolsonaro, defendeu nesta terça duas das bandeiras que mais agradam ao mercado financeiro: a reforma da Previdência e a autonomia do Banco Central.

Mais cedo, Paulo Guedes defendeu enfaticamente a aprovação da proposta de reforma da Previdência que está no Congresso Nacional ainda neste ano, dizendo que apoiava o projeto antes de passar a coordenar o programa econômico de Bolsonaro e, por isso, não mudaria de ideia.

No fim da tarde, ao dar entrevista a jornalistas ao lado do deputado federal e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que também se reuniu com Bolsonaro e a cúpula do futuro governo na casa do empresário Paulo Marinho, Guedes destacou ser preciso levar em conta fatores políticos antes de trabalhar pela aprovação da reforma previdenciária.

“Do ponto de vista econômico, quanto mais rápido, melhor. Estamos atrasados com essa reforma. Agora, evidentemente, existe um cálculo político. O nosso Onyx, corretamente, não quer que de repente nossa vitória nas urnas se transforme numa confusão no Congresso”, disse Guedes.

Bolsonaro deixou a residência de Paulo Marinho sem falar com a imprensa.

“Trabalharam dois anos nessa reforma. Passei dois anos dizendo: ‘aprovem a reforma da Previdência’. Evidente que não posso, só agora que passei para o governo, dizer ‘não aprovem a reforma da Previdência’”, afirmou o economista.

Segundo Guedes, um novo sistema será proposto para as futuras gerações. “Vamos criar uma nova Previdência com regime de capitalização, mas existe uma Previdência antiga que está aí. Então, além do novo regime trabalhista e previdenciário que devemos criar para as futuras gerações, temos que consertar essa que está aí”, disse.

Intervenção impede votação
O assessor de Bolsonaro não detalhou negociações com o governo Michel Temer em torno da aprovação da atual proposta de reforma da Previdência como está no Congresso. Para retomar o projeto ainda neste ano, seria preciso suspender a intervenção federal na área de segurança pública do estado do Rio do Janeiro.

Guedes disse apenas que já se reuniu com o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, a quem chamou “excelente técnico”, para examinar a proposta atual.

“Depois tive reuniões com os irmãos [Arthur e Abraham] Weintroub, que estão fazendo uma proposta bastante semelhante à do Chile”, afirmou o assessor, elogiando o modelo do sistema previdenciário chileno, que fomentou a acumulação de capital e o aumento da produtividade.

“Trinta anos atrás, quando o Chile fez [reforma da Previdência], seria melhor. Dois anos atrás, com o [presidente Michel] Temer, seria melhor. Um ano e meio atrás, quando entrou o [presidente da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia, seria melhor. Hoje, antes de acabar o ano, é bom também”, disse Guedes.

Conforme Guedes, o sistema previdenciário brasileiro tem “bombas”: a primeira é demográfica, a segunda é misturar assistência social com aposentadoria do trabalho, a terceira são os custos tributários sobre a folha de pagamentos dos empregados, a quarta é o fato de o sistema previdenciário de repartição não “levar capital para o futuro”.

Ao chegar para a reunião, Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, também defendeu a reforma da Previdência. Segundo Bebianno, a proposta atual é melhor do que nada.

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