Bolsonaro nega bloqueio de Haddad no Twitter e petista confirma que está desbloqueado
O Metrópoles falou com o adversário do presidente na última eleição, que confirmou estar apto a interagir com a conta do chefe do Executivo
atualizado
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*Reportagem atualizada para corrigir informação publicada inicialmente de que o presidente Jair Bolsonaro havia bloqueado o perfil de Fernando Haddad em seu Twitter.
Depois de o Metrópoles publicar matéria ‘Após discussão no Twitter, Bolsonaro bloqueia o perfil de Haddad’, o presidente Jair Bolsonaro desmentiu, pela própria rede social, que houvesse bloqueado Fernando Haddad de sua conta no Twitter.
O Metrópoles entrou em contato com o petista para checar a informação e Haddad confirmou que estava apto a interagir com a conta de Bolsonaro, evidência de que não se encontra bloqueado pelo presidente.
Haddad informou à reportagem que, alertado pela imprensa, estranhou o sumiço de sua resposta ao tuíte de Bolsonaro. Mas que não é capaz de afirmar se houve ou não um movimento de bloqueio, embora desconfie que sim: “Eu realmente não sei, meu comentário sumiu da página dele. Então, pus o print no Instagram, aí voltou. Não entendi nada”.
Para escrever a matéria, a reportagem levou em conta o desaparecimento do comentário de Fernando Haddad na conta de Bolsonaro, o que, por si, segundo as políticas do próprio Twitter, não é capaz de configurar o bloqueio, embora possa ser um indício.
Portanto, como o próprio presidente assegurou que não houve o bloqueio e Fernando Haddad confirmou a normalidade de interação entre as contas, é impossível assegurar que a movimentação tenha ocorrido.
Entenda o caso:
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi ao Twitter, no início da tarde deste sábado (5/1), criticar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o Partido dos Trabalhadores (PT).
Bolsonaro chamou Haddad de “marmita” e “fantoche do presidiário corrupto” (em citação indireta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) após o ex-prefeito paulistano ter compartilhado um artigo da revista Deutsche Welle que critica o “anti-intelectualismo” no Brasil. Segundo o presidente, o PT promove uma série de motivos para a sua derrota na eleição de outubro de 2018.
Haddad respondeu a Bolsonaro na rede social e o convidou para um debate “frente a frente”. “Estou disponível”, escreveu o petista.
De acordo com o presidente, “o PT quebrou o Brasil de tanto roubar, deixou a violência tomar proporções de guerra, é uma verdadeira quadrilha e ninguém aguenta mais isso”.
Veja, abaixo, as mensagens do presidente:
Eles procuram e criam todos os motivos possíveis para estarem sendo rejeitados pela maioria da população, só não citam o verdadeiro: o PT quebrou o Brasil de tanto roubar, deixou a violência tomar proporções de guerra, é uma verdadeira quadrilha e ninguém aguenta mais isso!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de janeiro de 2019
Bolsonaro se referia, em seus tuítes, a uma postagem feita por Fernando Haddad na noite de sexta-feira. O petista havia destacado uma frase de artigo publicado pela revista alemã Deutsche Welle: “No Brasil, está na moda um anti-intelectualismo que lembra a Inquisição. Seus representantes preferem Silas Malafaia a Immanuel Kant. Os ataques miram o próprio esclarecimento”.
Em resposta ao presidente, o petista lembrou que o texto da publicação alemã não era de sua autoria e, sim, de Philipp Lichterbeck. Esse foi o comentário que ficou indisponível no perfil de Bolsonaro durante algumas horas de sábado.
Ainda na noite de sexta, após o bate-cabeça provocado por uma declaração de Jair Bolsonaro sobre a possibilidade de aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Haddad ironizou o presidente. O chefe do Executivo federal havia dito que poderia reajustar o imposto. Bolsonaro foi desmentido pela própria equipe. “Ele se equivocou”, disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.