Após pressão de Braga, Renan Calheiros inclui Wilson Lima no relatório
Relatório final dos trabalhos da comissão chega a 80 sugestões de indiciamento, com a inclusão do nome do governador do Amazonas
atualizado
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O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu, nesta terça-feira (26/10), pela inclusão de última hora do nome do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o ex-secretário de Saúde do estado, Marcellus Campelo, no rol de indiciados do relatório final.
O texto, agora, chega a 80 sugestões de indiciamento. A inclusão decorre de pressão exercida pelo líder do MDB no Senado, o senador Eduardo Braga (AM), para que a comissão não se abstivesse de responsabilizar a dupla pelo colapso sanitário registrado no estado.
Com o movimento, Lima passa a ser o único governador a constar entre os indiciados pela CPI da Covid. Ele também foi o único gestor a ser convocado para depor na comissão, mas conseguiu mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer à Casa.
Apesar de concordarem pela responsabilização de Lima e Campelo, havia um entendimento no G7, grupo majoritário que comanda os trabalhos da comissão, de que a CPI não teria competência legal para atribuir sugestões de indiciamento a gestores estaduais. A avaliação contemplava a justificativa dada pelo STF para garantir a não ida do governador do Amazonas ao Senado Federal.
Apesar de confirmada por Braga e pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a alteração não constava no relatório protocolado por Calheiros antes do início da sessão.
No texto, o relator da comissão apenas encaminha ao Superior Tribunal de Justiça, ao procurador-geral da República, Augusto Aras, e ao Departamento de Polícia Federal, cópias do presente relatório dos documentos e oitivas relacionados aos fatos praticados pelo governador.
A CPI da Covid-19 realiza, nesta terça-feira, a votação do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que ocorrerá de forma nominal, e será o verdadeiro teste da unidade do grupo majoritário na comissão.
O relatório lido por Calheiros na última semana continha o indiciamento de 66 pessoas — entre elas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro — e duas empresas. Às vésperas da votação, o documento ganhou mais 10 nomes e passou a ter 78 indiciados.