Após pedido de cassação, defesa de Flordelis quer pena alternativa
Advogados da parlamentar defendem a suspensão do mandato, e sugerem interesse de setores na cassação dela
atualizado
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Após o relator Alexandre Leite (DEM-SP) apresentar parecer pela cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ) ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, os advogados da parlamentar trabalham com a hipótese de pedir pena alternativa, que seria uma suspensão de mandato.
O advogado da deputada, Jader Marques, disse que o relatório de Leite é frágil e que ela será absolvida pelo tribunal do júri.
“Se a Câmara tomar essa decisão [de cassar], terão de suportar depois um veredicto absolutório, advindo do tribunal popular. No máximo, poderiam trabalhar com uma suspensão. No máximo. Sobretudo, pela fragilidade do voto do relator”, afirmou Marques.
“Sugerimos que o Conselho de Ética não mantenha essa decisão de cassação. No máximo, suspensão. Porque Flordelis será absolvida no tribunal. Cassar Flordelis é atropelar o devido processo legal, é ferir a presunção de inocência”, acrescentou.
Interesses
Os defensores de Flordelis dizem que a cassação do mandato da deputada interessa a alguns setores da Câmara. Citam os religiosos como exemplo.
“Dentro da Comissão de Ética, levantamos setores que têm interesse na cassação da deputada. A deputada fazer 200 mil votos tira voto de determinadas regiões e parlamentares do Rio de Janeiro deixaram de eleger seus candidatos ou de se reeleger”, disse a advogada da deputada, Jandira Rocha.
“A deputada tinha várias igrejas. O Ministério Flordelis tinha nove igrejas e elas foram fechadas. Essas pessoas foram para outros lugares. Existem setores religiosos que têm interesse nessa criminalização, nessa cassação da deputada porque veem assim um determinado espólio”, acrescentou.
Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 16 de junho de 2019.