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Após operação da PF, Bezerra põe liderança do governo à disposição

Policiais fizeram busca do gabinete e no apartamento do senador em investigação sobre esquema de propinas de empreiteiras

atualizado

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Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)
1 de 1 Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) - Foto: Reprodução

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), admitiu entregar o cargo de liderança após ser alvo da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (19/09/2019).

A PF realizou buscas no gabinete de Bezerra. O apartamento do senador e o gabinete do deputado Fernando Filho (DEM-PE), herdeiro do senador, também foram alvos de buscas, além de endereços em Pernambuco ligados aos dois.

As ações fazem parte da Operação Desintegração, desdobramento da Operação Turbulência, e foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A PF apura suposto esquema de propinas pagas por empreiteiras – que executavam obras custeadas com recursos públicos – em favor de autoridades.

“Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo para que o governo possa ao longo dos próximos dias fazer uma avaliação se não seria o momento de proceder uma nova escolha ou não”, disse Bezerra em entrevista na entrada do prédio onde mora, em Brasília.

O congressista reforçou que a decisão será tomada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). “Todos estão querendo aprofundar a análise do que foi baseado todas essas ações que nós fomos vítimas no dia de hoje para que o governo possa se manifestar.”

Bezerra se comprometeu em, mesmo deixando o cargo, ajudar o governo na agenda de reformas no Senado. Ele ainda apontou que seus advogados avaliaram a busca da PF como “muito extensa e desnecessária”.

Defesa
Em nota, a defesa do senador pontuou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou contra a busca porque “a medida terá pouca utilidade prática”. Na entrevista, Bezerra diz que a investigação corre há muito tempo. Pontuou ainda que está à disposição da Justiça e manifestou expectativa no arquivamento do inquérito.

“Esses são fatos que já vão completar oito, seis anos, e que estão sob investigação há muito tempo e que, portanto, vamos, no devido curso do processo legal, prestar todas as informações. E temos certeza, como outros inquéritos, eles vão ter o mesmo destino, que será o arquivamento”, declarou o parlamentar.

Planalto
Apesar de Bezerra ter colocado o cargo de líder do governo à disposição, Bolsonaro ainda não decidiu se vai substituí-lo. De acordo com um assessor do Palácio do Planalto, a fase é de “acompanhamentos e análises” sobre a operação da PF.

Em recuperação após passar por uma cirurgia, o mandatário da República segue no Palácio da Alvorada, uma das residências oficiais da Presidência. Ainda não há previsão de uma reunião para discutir o assunto.

Pela manhã, Bolsonaro conversou com alguns aliados por telefone, como o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que deve viajar a São Paulo para cumprir agenda na capital paulista nesta quinta. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está em Porto Alegre para participar de uma palestra.

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